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Cultura

Domingos Martins: Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal terá shows e muita gastronomia no feriado da Independência

Edição especial de inverno acontece de 6 a 8 de setembro, no Sesc de Domingos Martins, reunindo as melhores cervejarias artesanais da região

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Neste ano, o feriado da Independência do Brasil cai no sábado, mas se engana quem pensa que não terá programação especial no Estado para curtir mesmo assim.  Entre os dias 06 e 08 de setembro, Domingos Martins será o palco da edição de inverno do Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal. O evento acontece no Sesc de Domingos Martins e terá entrada gratuita. Na programação, muita música, gastronomia de alta qualidade e, é claro, as melhores cervejas artesanais da região.

O Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal é uma verdadeira celebração da cultura
cervejeira do Espírito Santo, destacando-se como um dos principais eventos para os
amantes da tradicional gelada, uma verdadeira paixão nacional.

Nesta etapa em Domingos Martins, além de poder apreciar mais de 40 estilos
diferentes de cervejas, o público terá a oportunidade de curtir shows de artistas
capixabas. Nano Vianna, Alexandre Borges Quinteto, Orquestra Ammor, Banda 027,
Marcelo Ribeiro, Saulo Simonassi e Duets revezam no palco durante o final de
semana garantindo o ritmo do festival. “Estamos muito felizes em trazer o Circuito
para Domingos Martins. Será um momento inesquecível, com muita cerveja boa,
música e aquele friozinho típico das montanhas capixabas”, comenta Zé Olavo
Medici, idealizador do evento.

O Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal se consolidou como um evento para toda
a família. Além das diversas opções de cervejas artesanais, o público poderá
aproveitar uma variedade de pratos e petiscos oferecidos por chefs e restaurantes
da região. Para os pequenos, haverá uma área de recreação, garantindo diversão
para todas as idades. “Nosso objetivo é proporcionar uma experiência completa
para o público. Queremos que as pessoas venham, se divirtam e conheçam o que
temos de melhor na cultura cervejeira capixaba”, declara Zé Olavo.

Essa edição acontecerá na área de eventos do Centro Social de Turismo e Lazer do
Sesc em Domingos Martins, conhecido pelas hospedagens em estilo europeu e pela
belíssima paisagem. A estrutura contará ainda com mais de 1.000 m² de área
coberta, com mesões e bancos para o conforto do público. De acordo com Zé Olavo, o local escolhido para o evento é uma atração à parte, garantido o conforto e a
segurança necessários para capixabas e turistas, além de proporcionar uma
programação diferenciada para o final de semana.

A harmonização perfeita: cerveja artesanal e o clima das montanhas

Quando o inverno chega, é comum que muitos pensem em abrir uma garrafa de
vinho. No entanto, o Espírito Santo, especialmente em suas montanhas, é um
reduto de cervejarias artesanais premiadas. De acordo com a produção do evento, a
combinação do frio com uma cerveja bem gelada pode ser surpreendentemente
agradável. “Ao contrário do que muitos pensam, o inverno é uma estação perfeita
para se apreciar cervejas mais encorpadas”, sugere Zé Olavo.

Segundo o organizador do evento, algumas boas pedidas para serem degustadas
são as cervejas dos tipos Weiss, feita com trigo, bastante frutada e encorpada, com
notas de banana e cravo; Belgian Blond Ale, uma cerveja densa e consistente, com
notas frutadas e maltadas; e a mais conhecida IPA, caracterizada por ser mais
encorpada, amarga e com uma tonalidade alaranjada. “Essas cervejas, e outras
com notas de café, chocolate e especiarias, harmonizam perfeitamente com o clima
frio da região e a rica gastronomia do nosso evento”, complementa Zé Olavo.

E para aqueles que não abrem mão do sabor do vinho, o produtor do Circuito
Capixaba de Cerveja Artesanal sugere degustar uma boa Grape Ale: “É uma
mistura inusitada de cerveja pilsen com vinho. Uma bebida com aroma frutado e
sabor único. Vale a pena experimentar!”, indica.

Sustentabilidade

Não bastassem todas as atrações, o Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal ainda
agrega cuidado com o meio ambiente. O evento não trabalhará com copos
descartáveis, diminuindo assim o impacto e a geração de resíduos. “O nosso evento
se preocupa com a sustentabilidade e com a reciclagem dos resíduos. Para evitar
um descarte excessivo de copos, o público será convidado a adquirir o nosso copo
ecológico e reutilizável – que ainda servirá como uma bela lembrança que vai
acompanhá-lo por muitos anos. E, claro, aqueles que quiserem trazer seus próprios
copos de casa, podem ficar à vontade!”, finaliza Zé Olavo Medici.

Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal – Etapa Domingos Martins

Quando: 06, 07 e 08 de setembro (sexta, sábado e domingo)

Local: Sesc de Domingos Martins (R. Ayrton Senna, s/nº – Soído,
Domingos Martins).

Entrada Gratuita

Programação:

6 de setembro (sexta-feira)
18h – Abertura
19h – Dicas Sommelier
20h – Alexandre Borges Quinteto
22h30 – Nano Vianna
7 de setembro (sábado)
16h – Abertura
16h30 – Orquestra Ammor
20h – Banda 027
22h30 – Marcelo Ribeiro
8 de setembro (domingo)
11h – Abertura
11h30 – Saulo Simonassi
14h – Duets
17h – Encerramento

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Cultura

Festival de Cinema de Vitória 2025: conheça os filmes premiados com o Troféu Vitória

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O 32º Festival de Cinema de Vitória anunciou, na noite da última quinta-feira (24), os filmes vencedores do Troféu Vitória, símbolo máximo do evento, e os contemplados com o Prêmio Canal Brasil de Curtas e o Prêmio Sesc Glória. Durante o evento, foram exibidos 90 filmes selecionados pela Comissão de Seleção – 85 curtas e cinco longas-metragens –, distribuídos em 11 mostras competitivas, que apresentaram um recorte da produção contemporânea do audiovisual brasileiro, com produções realizadas entre os anos de 2024 e 2025. 

Na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, o vencedor do Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Técnico foi a produção baiana Na Volta Eu Te Encontro, de Urânia Munzanzu. O capixaba Sola, de Natália Dornelas, recebeu o Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Popular. Já o curta-metragem alagoano Entre Corpos, levou os prêmios de Melhor Roteiro e Direção, para Mayra Costa. Fenda, de Lis Paim, levou o Troféu Vitória de Melhor Interpretação (para Noélia Montanhas) e o Prêmio Especial do Júri. Fechando a lista, a produção paulista Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho, recebeu o Troféu Vitória de Melhor Fotografia (para Renato Hodja), e O Tempo é um Pássaro, de Yasmin Thayná, levou o Troféu Vitória de Melhor Contribuição Artística.

Sola ganhou o Troféu Vitória de Melhor Filme (Júri Popular) da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. Crédito: Divulgação.

O Júri Técnico da mostra foi composto pela diretora Gabriela Gastal, pelo produtor audiovisual Izah Candido e pelo ator e cineasta Victor Di Marco. 

Na 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, os grandes vencedores foram a produção goiana Mambembe, de Fábio Meira, que levou o Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Técnico e Melhor Interpretação (para Índia Morena). A produção capixaba, O Deserto de Akin, de Bernard Lessa, ganhou o Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Fotografia (para Heloísa Machado). O longa cearense Centro Ilusão, de Pedro Diógenes, venceu o Troféu Vitória de Melhor Direção e Roteiro (ambos para Pedro Diógenes). O documentário mineiro Brasiliana: o Musical Negro que Apresentou o Brasil ao Mundo, de Joel Zito Araújo, recebeu o Troféu Vitória de Melhor Contribuição Artística.

O Júri Técnico da mostra foi composto pelo ator, roteirista e diretor Heraldo de Deus, pela diretora de arte Joyce Castello, e pela atriz Marcélia Cartaxo. 

Também foram entregues o Troféu Vitória de Melhor Filme (Júri Popular e Júri Técnico) para os filmes que participaram das seguintes mostras: 15ª Mostra Quatro Estações, 14ª Mostra Foco Capixaba, 14ª Mostra Corsária, 12ª Mostra Outros Olhares, 10ª Mostra Cinema e Negritude, 10ª Mostra Mulheres no Cinema, 9ª Mostra Nacional de Videoclipes, 8ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental e 7ª Mostra Do Outro Lado.  

Na Volta Eu Te Encontro, de Urânia Munzanzu: vencedor do Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Técnico, na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas.

Prêmio Canal Brasil de Curtas 

O Júri do Prêmio Canal Brasil de Curtas elegeu A Invenção do Orum, de Paulo Sena, como o Melhor Filme da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. A produção capixaba ganhou o  Troféu Canal Brasil, além de uma premiação no valor de 15 mil reais. 

O Júri do Prêmio Canal Brasil de Curtas foi formado pelos jornalistas Marília Barbosa (IstoÉ), Pâmela Ortiz (Cine Ninja) e Paulo Ernesto (AdoroCinema), que participaram da cobertura do 32º Festival de Cinema de Vitória. 

Prêmio Sesc Glória 

O Prêmio Sesc Glória, escolhido pela curadoria do Sesc, foi para o filme Mambembe, de Fábio Meira, exibido na 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O prêmio consiste no licenciamento por 02 anos para exibição nos cinemas do Sesc Espírito Santo. O Júri do Prêmio Sesc foi formado pelos produtores culturais Gabriel Albuquerque e Leandra Moreira.

Confira a relação completa de premiados do 32º FCV

TROFÉU VITÓRIA – PREMIADOS 

29ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)
Na Volta Eu Te Encontro, de Urânia Munzanzu (DOC, BA, 13’)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)
Sola, de Natália Dornelas (FIC, ES, 15’)

Troféu Vitória – Melhor Direção
Mayra Costa, por Entre Corpos (FIC, AL, 17’)

Troféu Vitória – Melhor Roteiro
Mayra Costa, por Entre Corpos, de Mayra Costa (FIC, AL, 17’)

Troféu Vitória – Melhor Fotografia
Renato Hodja, por Arame Farpado, de (Gustavo de Carvalho, FIC, SP, 21’)

Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística
O Tempo é um Pássaro, de Yasmin Thayná (FIC, RJ, 18’)

Troféu Vitória – Melhor Interpretação
Noélia Montanhas, por Fenda, de Lis Paim (FIC, CE, 23’)

Troféu Vitória – Prêmio Especial do Júri
Fenda, de Lis Paim (FIC, CE, 23’)

Menção Honrosa 
O Panda e o Barão, de Melina Galante (FIC, ES, 16’)

15ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)
Mambembe, de Fábio Meira (DOC, GO, 98’)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)
O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (FIC, ES, 78’)

Troféu Vitória – Melhor Direção
Pedro Diógenes, por Centro Ilusão (FIC, CE, 85’)

Troféu Vitória – Melhor Roteiro
Pedro Diógenes, por Centro Ilusão, de Pedro Diógenes (FIC, CE, 85’)

Troféu Vitória – Melhor Fotografia
Heloísa Machado, por Deserto de Akin, de Bernard Lessa (FIC, ES, 78’)

Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística
Brasiliana: o Musical Negro que Apresentou o Brasil ao Mundo, de Joel Zito Araújo (DOC, MG, 83’)

Troféu Vitória – Melhor Interpretação
Índia Morena, por Mambembe (DOC, GO, 98’)

Menção Honrosa 
Madonna Show, por Mambembe (DOC, GO, 98’)

15ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular)
Lacraia Vai Tremer, de Lá Baiano e Jadson Titanium (DOC, ES, 12’)

Menção Honrosa
2 de Copas, de Ana Squilanti (FIC, SP, 18’)

14ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)
Castelos de Areia, de Giuliana Zamprogno (EXP, ES, 14’)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)
A Última Sala, de Gabriela Busato e Júlio Cesar (DOC, ES, 20’)

14ª MOSTRA CORSÁRIA

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular)
Cavaram uma Cova no Meu Coração, de Ulisses Arthur (DOC, AL, 24’)

Menção Honrosa
O Som do Trovão no Deserto, de Diego Zon (FIC, ES, 22’)

12ª MOSTRA OUTROS OLHARES

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)
Guarapari Revisitada, de Adriana Jacobsen (DOC, ES, 13’)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)
Manoel Loreno: Improviso e Paixão, de Enzo Rodrigues (DOC, ES, 23’)

10ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular)
Mães, de Bruna Aguiar (DOC, RJ, 22′)

10ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)
O Céu Não Sabe Meu Nome (Carol AÓ, FIC, BA, 20’)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)
Sebastiana, de Pedro de Alencar (DOC, RJ, 16’)

Menção Honrosa
Sebastiana, de Pedro de Alencar (DOC, RJ, 16’)

9ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)
humanurbano – Nóis é eternidade, de Fredone Fone. Artista: MC Fredone. 2’50” – [ES]

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)
Santo Orixá Guerreiro, de Camila Calmon, Sabrina Repollez e Jeffão. Artista: Monique Rocha. 6’13” – [ES]

8ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)
Sobre Ruínas, de Carol Benjamin (DOC, RJ, 17’)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)
Por que Morrem os Rios?, de Dandara Rust Raposo, Luiza Piroli, Maíra Fortuna, Maria Cecília Oliveira e Vanessa Baptista Simões (DOC, ES, 8’)

7ª MOSTRA DO OUTRO LADO – CINEMA FANTÁSTICO

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular)
Umbilina e Sua Grande Rival, de Marlom Meirelles (FIC, PB, 20’)

Menção Honrosa
Encontros Sobrenaturais (Lucas Carvalho, DOC, ES, 17’)

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS 

Troféu Vitória – Melhor Curta-metragem
A Invenção do Orum (Paulo Sena, FIC, ES, 18’)

PRÊMIO SESC GLÓRIA

Mambembe, de Fábio Meira (DOC, GO, 98’) 

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Cultura

Ney Matogrosso: o artista que diz sim à arte e à autenticidade da vida

Homenageado nacional da 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória, Ney Matogrosso participou de uma coletiva de imprensa marcada por reflexões sobre liberdade, arte e existência. O Fica a Dica ES esteve presente e compartilha os destaques desse encontro

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Por onde passa, Ney Matogrosso não apenas caminha: ele se destaca e reverbera. Aos 83 anos, homenageado nacional da 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória, Ney concedeu entrevista coletiva a veículos locais e nacionais, na tarde da última quinta-feira (24), antes de receber sua homenagem em cerimônia no Teatro Sesc Glória. O Fica a Dica ES marcou presença e conta agora sobre os trechos mais importantes da ocasião.

Já adiantamos: Ney falou sobre a homenagem recebida no festival, refletiu sobre a repercussão do filme Homem com H, dirigido por Esmir Filho, compartilhou memórias, pensamentos e posturas que reafirmam quem ele é: um corpo livre, uma alma inquieta, uma voz que nunca se dobra, independente do tempo e do contexto político-social.

Homem com H

A entrevista não poderia deixar de começar falando sobre o estrondo da produção cinematográfica que retrata sua trajetória. Sobre isso, Ney disparou: “Minha única condição para que o filme pudesse existir é que não tivesse nada que não fosse a verdade”. Em tempo: para quem não teve a oportunidade de assistir o filme Homem com H nos cinemas, ele está disponível na plataforma de streaming Netflix.

Mas, e o impacto da produção? “Virou um turbilhão! Se eu trabalhava 10, agora estou trabalhando 30”, contou. Ele ainda completa: “Recebo muitas mensagens de pessoas que, depois de verem o filme, começaram a viver com mais liberdade. Isso me emociona profundamente. Fico feliz por estimular as pessoas a assumirem a própria verdade”.

Liberdade, aliás, é a palavra que costura cada fase de sua vida artística e pessoal. Seja no palco ou fora dele, Ney sempre foi resistência com um quê de acolhimento. “Somos, cada um, um universo, e precisamos manifestar isso”, afirma de forma firme, mas com sorriso de quem sabe bem como se posicionar perante a vida.  

Ney Matogrosso com o Caderno do Homenageado na Coletiva de Imprensa do 32º FCV. Crédito: Melina Furlan/Acervo Galpão IBCA

Censura, desejo e carnaval

Durante a conversa com jornalistas, Ney relembrou os tempos da censura, especialmente nas cenas retratadas no filme Homem com H. Momentos em que a repressão tentava calar a arte, mas, quando se tratava dele, era em vão.

“Era tudo propositalmente pensado. Eu queria fazer um teatro de revista (gênero teatral que surgiu na França na segunda metade do século XVII e é marcado por esquetes de caráter crítico e números musicais com figurinos extravagantes), que era libidinoso”, revelou, reforçando que o erotismo em cena era escolha estética, política e existencial.

Ele ainda relembrou os inúmeros recados que recebia, especialmente do exército, sobre estar “se excedendo” em suas apresentações nos palcos. “Quanto mais diziam que eu não podia me exceder, mais eu me excedia, porque, afinal, esta não é a minha maneira de me expressar? Me ‘excedia’ (entre aspas) para a época, porque hoje em dia isso já não significa tanto”.

Questionado sobre o inédito enredo da Imperatriz Leopoldinense que o terá como tema no carnaval de 2026, ele contou que – após alguns convites e declinações – enfim decidiu aceitar. “Estou dizendo tantos ‘sim’ pra vida, que decidi dizer ‘sim’ para a escola de samba. Não pretendo ir além de mim, vestido de mim mesmo. Mas o contato foi muito positivo. Fui visitar o barracão, aquilo lá é uma loucura. Tudo exorbitante! Não sou um homem do carnaval, mas a festa é de uma disciplina e organização admiráveis”, declarou.

Trecho do caderno do homenageado da 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória

Tempo, morte e permanência

Ney completa 83 anos no dia 1º de agosto. Leonino, mas que contraria todo e qualquer estereótipo, rejeita rótulos e as vaidades do mundo artístico. Com o aniversário batendo à porta, foi questionado sobre como será a comemoração, mas revelou: não é adepto de festa. Para ele, esta é só mais uma data. No entanto, não há espaço para melancolia ou saudosismo. Mas há, sim, espaço para uma profunda reflexão sobre o tempo. A morte, para Ney, é uma etapa natural do percurso.

“Não ter aceitação da única certeza que temos? Eu tenho aceitação e penso tranquilamente. Espero que eu chegue lá com calma e serenidade. Vamos viver enquanto podemos”.

O Ney ator e a relação com o Espírito Santo

Perguntado se considera estar no seu auge como ator, foi enfático ao dizer que não tem feito tantas coisas mais regularmente, mas que é satisfeito com o que já fez. “Se houver convites que me interessem, eu faço sim”, completou.

Mas, e o Espírito Santo? O filme Homem com H, por exemplo, retrata que o primeiro amor de Ney era capixaba. A relação com o Estado, porém, sempre foi mais profunda. “Já vim muitas vezes aqui. Conheci muitas pessoas daqui e me tornei amigo delas, principalmente quando saí de Brasília e fui ao Festival de Inverno de Ouro Preto”.

Ele relembrou ainda uma visita ao Mosteiro Zen Budista, em Ibiraçu. “Vim visitar amigos e fiquei lá entre uns 5 e 6 dias. Só que eles não exigiam de mim as formalidades que eles exigem pra quem tá lá. Eu dormia até tarde, não precisava acordar às 5h da manhã”, conta aos risos.

A homenagem no Sesc Glória

À noite, na Cerimônia de Homenagem, comandada por Sarah Oliveira e Simone Zuccolotto, o artista recebeu o Troféu Vitória, símbolo do festival, e o Caderno do Homenageado, além de uma joia exclusiva. A dupla de apresentadoras contou para o público um pouco da trajetória vitoriosa de Ney Matogrosso, que em 2025 comemora 50 anos de carreira solo.

Ney Matogrosso com o Troféu Vitória e a plateia mascarada em sua homenagem. Crédito: Melina Furlan e Vikki Dessaune/Acervo Galpão IBCA

Na sequência, Ney Matogrosso subiu ao palco e recebeu os calorosos aplausos do público. “Estou feliz! Vamos seguir a história, não é isso? Para mim é uma felicidade fazer parte do cinema. Desde criança sempre fui ao cinema, e ficava muito impressionado com as pessoas naquela tela. Lá dentro desejava isso. Foi para mim uma felicidade mesmo. Sou da música, mas sou do cinema também. E estou disponível para ser do cinema, desde que tenha tempo livre”, disse ele, que complementou: “Fico meio envergonhado, meio travado. Mas aceito sim, muito obrigado”.

Outro momento emocionante da noite, foi quando toda a plateia colocou no rosto uma máscara que fazia alusão à maquiagem usada pelo artista na época do Secos & Molhados. Todos vibraram com a energia de Ney Matogrosso. 

Na sequência, o público conferiu dentro da Sessão Especial de Encerramento, o longa-metragem Luz nas Trevas: a Volta do Bandido da Luz Vermelha, que tem roteiro original de Rogério Sganzerla adaptado por Helena Ignez, é a continuação do clássico O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Sganzerla. A diretora estava presente na homenagem e subiu ao palco para falar sobre a produção e sua parceria com Ney Matogrosso. 

Texto: Thaís Tomazelli

Foto principal: Ney Matogrosso na coletiva do 32º Festival de Cinema de Vitória. Crédito: Melina Furlan e Vikki Dessaune/Acervo Galpão IBCA.

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Cultura

3ª Feira de Cerâmica e Decoração do Espírito Santo: o artesanal capixaba em destaque na programação

Evento acontece entre os dias 31 de julho e 02 de agosto, no Centro de Celebrações, em Jardim Camburi

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O Espírito Santo, com sua vasta diversidade e riqueza cultural, é um importante celeiro de expressões do fazer humano, tendo as icônicas panelas de barro e as Paneleiras de Goiabeiras como símbolo máximo dessa tradição. A cerâmica artesanal, em sua história e presente, carrega a profunda influência desse encontro de vivências e saberes. E entre os dias 31 de julho e 02 de julho, essas incríveis formas de manifestação da arte estarão em evidência na 3ª Feira de Cerâmica e Decoração do Espírito Santo, no Centro de Celebrações da Primeira Igreja Batista de Vitória, em Jardim Camburi.

O evento é gratuito e contará com uma estrutura diversificada. Serão mais de 70 estandes com uma vasta gama de produtos em cerâmica, peças em madeira e arranjos florais. Além disso, os visitantes terão à disposição uma praça de alimentação com diversas opções, incluindo delícias das montanhas e gelatos artesanais. A curadoria da 3ª Feira de Cerâmica e Decoração do Espírito Santo é assinada por Paoletti Avellar.

A programação cultural será enriquecida com música ao vivo, com atrações confirmadas como Fábio do Carmo (voz e violão) e Zero (Saxofone).

Entre as atividades disponíveis ao público, destaca-se a apresentação virtual “Cerâmica, Inovação e Tecnologia” com Mark Lloyd, fundador da Skopelab e co-fundador da Claraval – Sound Made Ceramics. Lloyd vai abordar a fascinante experiência na qual a cerâmica é moldada pela voz humana, criando peças únicas e inovadoras. Esta apresentação está marcada para a sexta-feira, dia 01º de agosto, às 15h.

Além disso, a feira terá ainda vivências com cerâmica na sexta e no sábado, em três horários diferentes, voltadas para crianças e adultos que desejam ter contato direto com o barro e a oportunidade de aprender sobre o processo de produção de cerâmica. Serão disponibilizadas 20 vagas por turma.

Confira a programação completa!

Oficinas Gratuitas: Vivências e demonstrações com barro (Inscrições no local) 

– 01/08 (Sexta-feira): 

Manhã (10h às 11h) – Instrutor: Francisco Lorusso (20 vagas);

Tarde (14h às 15h) – Instrutores: Stella S. e Fátima Nader (20 vagas);

Noite (19h às 20h) – Instrutor: Bruno Salvador (20 vagas).

– 02/08 (Sábado): 

Manhã (10h às 11h) – Instrutor: Katy Jullie (20 vagas);

Tarde (14h às 15h) – (20 vagas);

Noite (17h às 18h) – (20 vagas). 

Demonstrações em torno de barro/Criações 

– 01/08 (Sexta-feira): 

Manhã (11h) – Teresa Drago;

Tarde (18h) – Teresa Drago;

Noite (20h) – Ozeias.

– 02/08 (Sábado): 

Manhã (11h) – Ozeias;

Tarde (16h) – Adriano Zamperlini / Acélio Rubens (Co-criação). 

Apresentação virtual Cerâmica, Inovação e Tecnologia com Mark Lloyd (fundador Skopelab e co-fundador Claraval) 

– 01/08 (Sexta-feira), às 15h

Sorteios: Todos os dias, durante a programação da feira. 

Atrações Musicais Confirmadas:

Fábio do Carmo (voz e violão);

Zero (Saxofone).

3ª Feira de Cerâmica e Decoração do Espírito Santo

Quando: 31 de julho a 02 de agosto

Local: Centro de Celebrações da Primeira Igreja Batista de Vitória (Av. José Maria Vivácqua Santos, 720, Jardim Camburi, Vitória)

Horário de funcionamento:

31 de julho (quinta-feira): 16h às 22h;

01 de agosto (sexta-feira): 10h às 22h;

02 de agosto (sábado): 10h às 19h.

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