Referência em fotografia de arquitetura no ES, Camila Santos lança sua primeira série de quadros com fotografias autorais de olhares pelo mundo
A fotógrafa e arquiteta aproveitou a sua passagem por locais como Buenos Aires, Londres, Salvador, Curitiba, além de Vitória, onde vive, para registrar detalhes e composições arquitetônicas, que deram origem à sua série “Entendível ou confuso, mas sempre arquitetônico”
A fotografia pode ser definida como a arte de transmitir ao observador os detalhes e composições que tornam aquele enquadramento especial para quem ousou clicá-lo, não concorda? Aliás, você já se questionou como seria a vida sem os registros fotográficos? Não registros quaisquer, mas daqueles que lançam um olhar sobre o mundo e suas nuances? A emoção do momento, o poder da criação, a sensibilidade nas texturas.
Por trás do conceito de simplicidade e humanidade nas imagens, há profissionais que imprimem sua identidade e, com apenas um clique, exprimem tudo aquilo que desejam dizer. É o caso da fotógrafa e arquiteta Camila Santos, referência em fotografia no segmento de arquitetura e decoração no Espírito Santo, especialmente quando se fala de CASACOR ES. E agora ela amplia seus horizontes ao desenvolver sua primeira série de trabalhos autorais, suas fotografias em quadros de diferentes formatos e tamanhos.
Com o nome “Entendível ou confuso, mas sempre arquitetônico”, a composição dessa série revela uma seleção de 35 fotos produzidas em viagens e lugares por onde ela passou, com recortes da arquitetura e do que faz parte dela, por vezes não tão óbvios e os quais geralmente passam batidos aos olhos dos turistas. Locais como Vitória, Niterói, Buenos Aires, Londres, Salvador e Curitiba foram retratados em suas captações. Para conferir o trabalho de Camila, é possível agendar visita ao seu ‘Estúdio+Galeria’ em Vitória, onde grande parte dos quadros estão expostos ou então acessar o seu site https://www.camilasantos.fot.br/ onde ela disponibiliza o catálogo da série.
“Para mim, fazer fotos assim significa meu momento de liberdade, no qual não devo um resultado a ninguém além de mim mesma. Não são feitos com a intenção de expor, são puro prazer pessoal. Gosto da informação, gosto ainda mais da falta dela. Do entendível e do confuso, mas sempre arquitetônico. Acredito que a essência das coisas está nos fragmentos e nas formas. O que a um leigo pode parecer receita de bolo, ao fotografar arquitetura, procuro sempre trazer o meu olhar pessoal e levar o que eu vejo e o que quero contar, senão, qual seria o sentido no que busco se fosse só posicionar a câmera e apertar um botão?”, conceitua a fotógrafa e arquiteta.
Paixão pelos detalhes e composições: a trajetória de Camila Santos
Fotógrafa arquiteta, arquiteta fotógrafa: assim ela se define. Apesar da grande intimidade com o Espírito Santo, Camila Santos é natural de Maceió, em Alagoas. Arquiteta graduada pela Universidade Federal de Alagoas, chegou em terras capixabas recém-formada, em 2015, e logo conquistou um espaço no escritório da renomada arquiteta Sheila Basílio.
Ela lembra que, ainda no escritório, a fotografia se aproximava cada vez mais do seu propósito através dos livros de arquitetura que preenchiam as estantes daquele espaço. Em 2016, começou a fotografar: o estádio Kléber Andrade, o Monumento ao Imigrante Italiano e outros tantos projetos imponentes de Sheila Basílio foram seus primeiros “modelos”. E sem que ela percebesse, a arquiteta foi se transformando em fotógrafa, imergindo cada vez mais entre os profissionais de arquitetura e interiores do Estado.
“Considero-me uma boa observadora, não de pessoas, mas sim de luzes, sombras, formas, texturas, detalhes, de retas e de curvas, das marcas da ação do tempo e da beleza das coisas e dos espaços. Foi esse dom da observação dos espaços que me levou a cursar arquitetura e foi a das imagens dos livros que me despertou para a fotografia”, destaca sobre si mesma.
Os trabalhos foram surgindo aos poucos e deram a Camila a oportunidade de realmente traçar o seu caminho. Entre uma produção e outra, buscava referências e conteúdo para se desenvolver. “Passei a perceber, no entanto, que eu estava procurando técnica, a maneira certa de fazer, a regra, mas que não era a estratégia que almejava para seguir minha carreira. Busquei então a simplicidade, aquela simplicidade complexa de ser construída. O sentimento e a humanidade nas imagens passaram a ser o cerne dos meus registros”, reflete.
Uma de suas inspirações e referências na fotografia é o carioca Denilson Machado, um dos principais nomes da fotografia do segmento de arquitetura e design, que já teve suas imagens publicadas em cerca de 160 capas de revistas. “O trabalho dele me chamou a atenção por transmitir a poesia que eu enxergava nos espaços. Em 2018, participei do curso dele e meu olhar foi aguçando cada vez mais na criação de uma identidade fotográfica. Fui me especializando cada vez mais, aprofundando-me não só na fotografia, mas no conhecimento sobre composição e artes”.