Matias Brotas apresenta pioneirismo ao integrar arte e tecnologia na abertura do Clube do Colecionador
A exposição, que abre ao público no dia 05 de dezembro, com visitação gratuita, apresenta uma obra interativa inédita dos artistas Elvys Chaves e Carlo Schiavini, além de trabalhos dos artistas Claudio Alvarez, Daniel Mattar, Heberth Sobral, Moisés Patrício e Rodrigo Sassi
A Matias Brotas encerra o ano com mais uma inovação para marcar sua trajetória de 18 anos: a abertura da exposição ‘Clube do Colecionador | Séries’. A mostra celebra também os 11 anos do Clube, que tem transformado o cenário do colecionismo no Espírito Santo. Com estreia para convidados na quarta-feira, dia 4 de dezembro, e aberta ao público na quinta-feira, dia 5, a exposição destaca o pioneirismo da galeria ao apresentar uma obra interativa inédita que une arte e tecnologia.
Logo na entrada, os artistas Elvys Chaves e Carlo Schiavini surpreendem com uma obra de realidade aumentada que inaugura um diálogo inovador entre o corpo humano, o colecionismo e a tecnologia. A obra, uma experiência imersiva e sensorial, convida o espectador a se tornar parte da criação, ampliando sua conexão com a arte e revelando novas formas de interação. “Não somos apenas apreciadores, mas também agentes transformadores da cultura e do mercado de arte”, afirma Lara Brotas, sócia co-fundadora da galeria.
“Vestíveis Digitais” é um projeto que une arte, tecnologia e moda através de vestuários digitais, desenvolvido pelo coletivo ‘Um Quarto Escuro’. Apresentado em Coimbra, Portugal no festival MATE, ele permite ao público interagir em tempo real com peças digitais em Realidade Aumentada (AR) via dispositivos móveis, promovendo uma experiência pós-digital que reflete culturas urbanas e questões sociais e ambientais.
Além dessa obra inédita, a exposição reúne trabalhos dos artistas Claudio Alvarez, Daniel Mattar, Heberth Sobral, Moisés Patrício e Rodrigo Sassi, cada um trazendo perspectivas únicas que dialogam com diferentes materiais, memórias e linguagens visuais.
Mestre na criação de ilusões óticas e jogos visuais, o artista argentino Claudio Alvarez utiliza espelhos, luzes e objetos móveis para desafiar a percepção do espectador, trazendo contradições entre o ver e o saber. Nas obras apresentadas, ‘Três Metades’ e ‘Peso Líquido’, as características cinéticas – que transitam entre o movimento e o equilíbrio em repouso de alguns elementos das estruturas – se somam a efeitos ópticos provocados pelo reflexo de materiais luminosos sobre superfícies espelhadas. Seria este o fiel da hipotética balança?
Já o artista Heberth Sobral apresenta a série Azulejos que surge após uma residência artística em Cascais, Portugal, onde andando pelas ruas da cidade ele percebeu o tratamento especial que os portugueses davam aos azulejos. Com isso, construindo a sua própria linguagem, sempre voltada para a representação das memórias do cotidiano, onde aborda temas de comportamento, pensamentos e atos realizados através de uma cultura, Sobral decidiu unir sua cultura de trabalho com bonecos com os azulejos. E assim surgiu a série de azulejos feitos de bonecos.
Moises Patrício, artista visual baseado em São Paulo, apresenta na exposição sua série fotográfica “Aceita?”, uma das obras mais conhecidas do artista, iniciada em 2013. São imagens em que a palma da mão esquerda de Patrício se estende para oferecer objetos encontrados na rua de São Paulo, palavras e gestos relacionados às situações que experimenta diariamente na cidade. A escolha pelo retrato da mão e do gesto de oferenda (fundamental no candomblé) serve de crítica à herança racista e escravocrata, que reduz o papel da população negra ao da mão de obra.
De forte carga simbólica e social, na medida em que recuperam e devolvem à circulação aquilo que foi considerado descartável pela sociedade, as fotos performances de Patrício refletem sobre o caráter excludente de espaços urbanos. Sua obra, rica em narrativas culturais, foi destaque em exposições como “Histórias Afro-Atlânticas” no MASP e no Instituto Tomie Ohtake, bem como na Bienal de Dakar e atualmente faz parte da coleção do INHOTIM.
E mergulhado intensamente no universo das cores, Daniel Mattar apresenta a série Mineral, que reúne uma pesquisa longa sobre as cores, do nome às suas origens, pigmentos. A partir das pesquisas, ele cria suas próprias composições, um trabalho mediativo, minucioso, onde escolhe cores, granulação, volume, e assim dando vida aos seus trabalhos repletos de tridimensionalidade.
Já Rodrigo Sassi é um artista visual brasileiro cuja prática se desenvolve a partir de sua experiência inicial com o grafite nas ruas de São Paulo. Explorando materiais e procedimentos diversos, suas obras frequentemente incorporam detritos urbanos e elementos da arquitetura moderna. Suas esculturas, criadas com madeiras reutilizadas de formas de concreto armado, combinam curvas biomórficas e referências ao design gráfico. Transitando entre dimensões bidimensionais e tridimensionais, Sassi apresenta obras que refletem sobre a cidade e sobre as camadas visuais e materiais que compõem nosso cotidiano.
O pioneirismo do Clube do Colecionador
Criado em 2013, o Clube do Colecionador é uma iniciativa pioneira da Matias Brotas, que conecta apreciadores e entusiastas da arte contemporânea ao universo do colecionismo. Ao longo de 11 anos, o clube tem ampliado o repertório dos participantes, promovendo a aquisição consciente de obras, curadorias exclusivas e acesso a experiências únicas no mundo da arte.
Mais do que formar coleções, o Clube oferece uma rede de benefícios, como aquisições facilitadas, descontos em estabelecimentos parceiros e convites para eventos e visitas guiadas com artistas e curadores. É uma oportunidade para novatos e experientes expandirem suas coleções e participarem ativamente do fortalecimento da arte contemporânea.
A exposição Clube do Colecionador | Séries reafirma o papel da Matias Brotas como uma galeria visionária, capaz de integrar inovação e tradição, e de expandir os horizontes do colecionismo no Brasil.
Exposição ‘Clube do Colecionador | Séries” Matias Brotas
Artistas: Elvys Chaves, Carlo Schiavini, Claudio Alvarez, Daniel Mattar, Heberth Sobral, Moisés Patrício e Rodrigo Sassi.
Quando: De 05 de dezembro a 28 de fevereiro
Entrada gratuita
Visitação: de segunda a sexta, de 10h às 19h (exceto feriados)
Matias Brotas arte contemporânea: Av. Carlos Gomes de Sá, 130 – Mata da Praia