Tem programação cultural para as crianças e adolescentes neste fim de semana em Vitória. No domingo, dia 8 de junho, a capital capixaba vai ser palco, pela primeira vez, do fenômeno da internet Lance de Escola, um musical infanto-juvenil que já conquistou milhões de fãs pelo Brasil. Com mais de 200 milhões de visualizações no YouTube, o espetáculo promete arrancar risadas, emocionar e envolver toda a família em uma sessão única, às 15h, no Espaço Patrick Ribeiro (anexo ao Aeroporto de Vitória).
Com roteiro inédito, o musical é protagonizado por Kysha e Mine, dupla que já soma mais de 6,6 bilhões de visualizações em seu canal no YouTube. Além da popularidade digital, o projeto ganhou os palcos e, desde 2024, está em turnê nacional, passando pelas principais capitais do país com ingressos esgotados e plateias lotadas de crianças e famílias.
Nesta nova fase, “Lance de Escola – Das Aulas ao Verão: Uma nova diversão” transporta os personagens para um animado acampamento, com histórias leves, cheias de música, dança e bom humor. O elenco também conta com Stefan Baby, Fidelisx, Argentino, além de Evy, Jin Min e Russin, com novos personagens que se juntam ao grupo.
A direção é assinada por Bruno Chiari, e a direção musical fica por conta de dois nomes de peso do pop nacional: Umberto Tavares e Jefferson Junior, responsáveis por sucessos de artistas como Anitta, Belo e Ludmilla.
Lance de Escola – O Musical
Quando: 8 de junho (domingo)
Horário: 15h
Local: Espaço Patrick Ribeiro (anexo ao Aeroporto de Vitória) – Av. Roza Helena Schorling Albuquerque, S/N – Goiabeiras – Vitória – ES
O município de Guaçuí, na região do Caparaó capixaba, se prepara para viver sete dias intensos de arte e emoção com a realização do 25º Festival Nacional de Teatro de Guaçuí, que acontece entre os dias 22 e 28 de junho. Com entrada gratuita, a programação do festival – uma tradição no calendário cultural capixaba – reúne 22 espetáculos que serão apresentados no Teatro Fernando Torres, no Espaço Gota, Pó e Poeira, e em ruas e praças públicas da cidade.
A programação do festival conta ainda com o lançamento do livro “A Paisagem Teatral”, de Éder Gaioski, uma exposição comemorativa aos 25 anos do festival e do Teatro Fernando Torres, além de rodas de conversa com os artistas, ao fim das apresentações. O encerramento contará com uma cerimônia de premiação, que reconhece os destaques do festival em diversas categorias.
O evento traz ao Estado um recorte primoroso do teatro nacional, com peças vindas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul, além de companhias do próprio Espírito Santo.
O Fabuloso encontro dos palhaços Piolin e Beijamim
Capixabas em cena
O teatro capixaba será representado no festival por grupos de Guaçuí, Anchieta, Cachoeiro de Itapemirim e Vitória, com espetáculos que vão do humor à crítica social. O tradicional e premiado Grupo Gota, Pó e Poeira, de Guaçuí, criador e produtor do festival, apresenta O Santo e a Porca, comédia que reflete sobre a avareza e os dilemas humanos.
De Anchieta, a peça Janelas, do Grupo Rerigtiba, propõe um jogo cênico de imaginação, inspirado no isolamento da pandemia. A Metamorfose, do grupo de Cachoeiro, Anônimos de Teatro, revisita Kafka em uma adaptação contemporânea.
Já os grupos de Vitória apostam em alegria e diversão para toda a família, com as esquetes circenses de Fuscalhaço, do Grupo Árvore, e o espetáculo infantil Histórias Mágicas, da Casa de Artes Campaneli.
25º Festival Nacional de Teatro de Guaçuí
Quando: 22 a 28 de junho
Local: Teatro Fernando Torres; Espaço Gota, Pó e Poeira; Teatro de Rua; Praça da Matriz
Entrada gratuita
PROGRAMAÇÃO
22 de junho – Domingo
17h – Terra Cora – CIA DA M.A.T.I.L.D.E. – São Caetano do Sul (SP) – Espaço Gota, Pó e Poeira
20h – Lançamento do livro “A paisagem teatral”, de Eder Gaioski (Teatro Fernando Torres) e abertura da Exposição “25 Anos do FestGuaçuí e Teatro Fernando Torres”.
20h15 – Janelas – Grupo de Teatro Rerigtiba – Anchieta (ES) – Teatro Fernando Torres
23 de junho – Segunda-feira
14h – Chapeuzinho Vermelho – Outro Conto – Porão Produções Culturais – Ribeirão Preto (SP) – Teatro Fernando Torres
19h – Gisberta – Coletivo Cara Dupla de Teatro – João Pessoa (PB) – Teatro Fernando Torres
21h – Dois perdidos numa noite suja – Cia Futuros Carecas – São João Del Rei (MG) – Espaço Gota, Pó e Poeira
24 de junho – Terça-feira
14h – Le Cirque Du So’Nois – Ovorini Carpintaria Cênica – Sete Lagoas (MG) – Teatro Fernando Torres
19h – Pão – Cia Não Sei o Quê de Teatro – Goiânia (GO) – Espaço Gota, Pó e Poeira
20h – A Metamorfose – Grupo Anônimos de Teatro – Cachoeiro de Itapemirim (ES) -Teatro Fernando Torres
25 de junho – Quarta feira
14h – Histórias Mágicas – Casa de Artes Campaneli – Vitória (ES) – Teatro Fernando Torres
17h30 – Brasil, de verso e prosa – Grupo Teatral AsLucianas – Rio de Janeiro – (RJ) – Teatro de Rua
20h – O Fabuloso encontro dos palhaços Piolin e Beijamim – Cia Canta Circo e Teatro e Cínica Cia – São Caetano do Sul (SP) – Teatro Fernando Torres
26 de junho – Quinta-feira
14h – O brincado romance de Flora e Valentin – Cia. de Arte Popular – Duque de Caxias (RJ) – Teatro Fernando Torres
17h30 – Xinfrim – Cia Pé de Cana – Iracemápolis (SP) – Teatro de Rua
20h – Candelária – Trupe Investigativa Arroto Cênico – Nova Iguaçu (RJ) – Teatro Fernando Torres
27 de junho – Sexta-feira
09h – Cortejo “Olha o Palhaço no meio da rua” – Cia Tramp de Palhaços – Jundiaí (SP) – Rua
10h – Fuscalhaço – Grupo Árvore – Vitória (ES) – Teatro de Rua
14h – As aventuras de João, a princesa e o tapete voador – Rococó Produções Artísticas e Culturais Porto Alegre (RS) – Teatro Fernando Torres
18h – Dulcineia – Grupo Teatral De 4 No Ato – (RJ) – Teatro de Rua
20h – Tudo acontece numa segunda feira de manhã – Núcleo Piedade de Teatro – (SP) – Teatro Fernando Torres
28 de junho – Sábado
14h – A cigarra e a formiga, sim senhor- Coletivo Cara Dupla de Teatro – João Pessoa (PB) -Teatro Fernando Torres
16h – Nas Trilhas da Tramp – Um Concerto em Si Mesmo – Cia Tramp de Palhaços – Jundiaí (SP) – Praça da Matriz
19h – O Santo e a Porca – Grupo Teatral Gota, Pó e Poeira – Guaçuí (ES) – Teatro Fernando Torres
20h30 – Cerimônia de premiação e encerramento do 25º Festguaçuí.
O Centro Cultural Sesc Glória também participa da programação especial gratuita e diferenciada do Sesc Espírito Santo durante a Semana S do Comércio. O espetáculo teatral “O Som do Meu Silêncio”, solo teatral com foco no silenciamento da mulher, fica em cartaz nos dias 15 e 16 de maio, quinta e sexta, às 19h30, no Teatro Virginia Tamanini. Os ingressos podem ser retirados gratuitamente na bilheteria do Sesc Glória, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, que será destinado ao programa Sesc Mesa Brasil.
O projeto “O Som do Meu Silêncio” envolve a montagem do espetáculo solo da atriz Lu Camargo, fundadora da produtora Alma Bucólica Produz. O monólogo busca proporcionar espaço de fala às mulheres constantemente silenciadas. A conjuntura política global reforça sua relevância, transcendendo a montagem teatral, provocando reflexões sobre o feminino como indivíduo. A arte amplifica vozes reprimidas e ilumina histórias de outras mulheres.
A programação gratuita integra a Semana S do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, uma iniciativa idealizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e promovida no Espírito Santo pelo Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac. O evento ocorre de 10 a 17 de maio, em todo o estado, com o objetivo de aproximar a população dos serviços e ações do Sistema Comércio, fortalecer o setor produtivo e gerar impacto social positivo por meio da educação, cultura, saúde, lazer e qualificação profissional.
Espetáculo“O som do meu silêncio”
Quando: 15 e 16 de maio (quinta e sexta-feira)
Horário: 19h30
Local: Centro Cultural Sesc Glória – Teatro Virginia Tamanini – 5º andar –- Centro de Vitória
Ingressos solidários: doe 1kg de alimento não perecível (retire seu ingresso na bilheteria)
Uma história de luta e perseverança pelo sonho de brilhar nos palcos com a sua arte, fez com que Mercedes Baptista, tornasse sua trajetória um marco histórico para a dança brasileira, tendo se tornado a primeira bailarina negra a integrar o corpo de ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes palcos do país. Sua trajetória longeva é retratada no espetáculo “Mão na barra, pé no terreiro, a vida e a dança de Mercedes Baptista”, que chega a Vitória entre os dias 16 e 18 de maio, no MUCANE – Museu Capixaba do Negro, no Centro de Vitória. A entrada é gratuita.
O espetáculo sobre a bailarina e coreógrafa que revolucionou a dança contemporânea no Brasil, é conduzido pela atriz e bailarina Ivanna Cruz, que relembra as origens e as batalhas da mulher negra, tal como ela, para conseguir que sua arte fosse reconhecida.
A peça que já passou pelo Rio de Janeiro e São Luis/MA, tem direção artística de Luiz Antônio Rocha e texto assinado por Ivanna Cruz, Luiz Antônio Rocha e Pedro Sá de Moraes, coreografias de Diego Rosa e cenário e figurinos de Eduardo Albini. Também estarão em cena as musicistas e atrizes Geiza Carvalho e Lelê Benson. A montagem conta com iluminação de Ricardo Fujii e mais de 90% da ficha técnica do projeto é composta por artistas e técnicos negros, atuantes na cena cultural brasileira.
O musical resgata ritmos como o Jongo, a Mana Chica e a ancestralidade dos ritmos trazidos da África pelos antepassados africanos, escravizados e retirados à força de suas terras, além de seus laços familiares e culturais impostos à diáspora dolorosa pelos portugueses que aqui dominaram e colonizaram as terras brasileiras a partir do ano de 1500.
O repertório apresenta a preservação dessa cultura afrodescendente e dos sons que remetem à memória, o que tanto Mercedes fez e conseguiu, seguida anos depois pela sua conterrânea, Ivanna Cruz, que percorre o mesmo caminho. As duas, nascidas em Campo dos Goytacazes, nunca desistiram mesmo com a imposição de todas as formas de racismo existentes na sociedade.
O diretor artístico, Luiz Antônio Rocha, aponta que Mercedes Baptista foi e é a pedra fundamental da identidade afro-brasileira na dança influenciando várias gerações de artistas e movimentos culturais. Valorizou a identidade negra dando visibilidade, respeito às mulheres e combate ao racismo.“Sua história nos inspira. Além de homenageá-la, vamos resgatar ritmos que estão desaparecendo como o Jongo e a Mana-Chica (RJ). O projeto tem como referência a cultura e a arte popular influenciadas por matrizes culturais de povos afro diaspóricos”, afirma o diretor.
Quem foi Mercedes Baptista
Nascida na cidade de Campos dos Goytacazes, Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, Mercedes Baptista superou obstáculos e quebrou barreiras raciais, abrindo caminho para futuras gerações de bailarinos negros, como Ivanna Cruz. Sua ascensão é um testemunho do poder da arte em transcender fronteiras sociais e raciais. Foi a responsável pela criação do balé afro-brasileiro, inspirado nos terreiros de candomblé, elaborando uma codificação e vocabulário próprio para essas danças.
O Ballet Folclórico Mercedes Baptista foi responsável pela consolidação da dança moderna do Brasil. Ao longo de sua trajetória, Mercedes recebeu diversos prêmios e reconhecimentos, solidificando sua posição como uma das principais bailarinas do país. Sua estreia no Theatro Municipal do RJ é um momento culminante de sua carreira e um exemplo inspirador de superação.
O projeto parte do encontro entre Mercedes e a atriz e bailarina Ivanna Cruz, com meio século de intervalo entre elas, duas artistas pretas da dança que nasceram na mesma Campos dos Goytacazes, uma das últimas cidades do Brasil a acatar a abolição da escravidão.
“Mercedes Baptista é um ícone da resistência e do talento. Sua presença no Theatro Municipal do RJ é um passo importante para a representatividade e inclusão racial na dança brasileira. É uma honra fazer parte de um projeto como este, pensado nos mínimos detalhes e tão sonhado em executá-lo para além de poder homenagear, apresentar a grandeza que foi e é Mercedes Baptista”, declara Ivanna Cruz.
“Para além da primeira bailarina do Theatro Municipal, Mercedes também foi uma mulher aguerrida que manteve sempre a cabeça erguida em um propósito: mostrar que ela merecia chegar aonde chegou e ainda ousar em quebrar paradigmas e mostrar a cultura da nossa gente, a cultura afro, sobretudo por interferir de maneira positiva na percepção de novos significados para o contexto da dança, com a diversidade, inclusão e memória, tão presentes na sua trajetória”, completa a atriz.
Ivanna ainda conta que, durante o processo de preparação, ficou surpresa com a força de Mercedes em empreender, em não esmorecer, ao brigar pelo espaço dela. A bailarina cuidou da criação, da venda do seu produto, sua arte, ela sabia o que acontecia em cada detalhe da cadeia de criação dos projetos dela.
“Ela mesma arrecadava e pagava cada integrante, cada cachê, ela valorizava o profissional da arte, visionária e corajosa. Para cada porta que ela encontrava fechada, criava mais força para desenvolver e executar projetos culturais numa época ainda onde a mulher não tinha voz e nem vez. Eu espero, com esse projeto, passar por um processo de cura, de ressignificação, que as pessoas se reconheçam merecedoras, de uma maior união, de mãos dadas a quem se propõe a ser aliado e gritar junto pelo espaço que não é para segregar, separar é para juntar mais ainda. Eu me sinto muito forte quando encontro outras mãos que me ajudam e dizem que eu devo seguir, persistir, porque eu mesma já pensei em desistir muitas vezes. Mas eu lembro de Mercedes e tantos outros que deram o sangue para que eu pudesse estar aqui. Conhecer a nossa História faz parte do aparato de força e nivelação para se chegar aos resultados. Muita coisa mudou para os artistas negros, para o povo negro em geral, mas ainda temos sim um longo caminho pela frente”, diz Ivanna.
Foto: Jow Coutinho
Ivanna Cruz, atriz e bailarina multifacetada que respira arte
Atriz, dançarina, produtora, Educadora Popular e professora de dança Afro, Ivanna nasceu em Campos dos Goytacazes, cursou o Teatro Experimental do SESC e o Curso Técnico Profissionalizante da CAL. Atuou em espetáculos como: “Vestido de Noiva”, “Antígona”, “A Serpente”, “Marido Oscar”, “O outro lado da história”, “O boi e seus alegres brincantes”, “Histórias Encantadas”, “A Arca de Noé”, ”Ilê Sain à Oxalá”, 2000 a 2015 “A menina e o vento” “As Feras”, de Vinicius de Moraes de 2017 a 2019. Dirigiu os musicais: “Metal contra as nuvens” e “Batuque das Tias”, e o infantil “A Fada cheia de ideias”. Participou dos Curtas Metragens “Broadway” dir. de Maycon Gual (2017) e “A Casa de Pedra”, dir. Ricardo Conti (2018). Participou da novela “Quanto Mais Vida melhor”, na Rede Globo. Ivanna também está à frente de trabalhos como ativista cultural na cidade onde desenvolve um trabalho em terreiros e escolas divulgando a tradição popular da cidade com danças como “Mana Chica”, uma dança similar às quadrilhas de roda com nuances do Fado do tempo da escravidão.
Espetáculo ‘Mão na barra, pé no terreiro, a vida e a dança de Mercedes Baptista’