No dia 13 de abril, às 17 horas, a Sala Abel Santana, em Vitória, será palco da estreia da peça infantil “Os Sem Planeta”, uma produção que busca conscientizar as crianças sobre a importância da preservação ambiental. Com texto e direção de Abel Santana, a montagem marca sua segunda incursão no teatro infantil e promete levar reflexões ao público de forma lúdica e divertida.
A peça foca em temas atuais e urgentes como desmatamento, poluição e o uso inadequado dos recursos naturais. Segundo Abel Santana, que assina também o roteiro, escrever para o público infantil sempre foi um desejo antigo, mas foi há pouco mais de dois anos que ele concretizou essa ideia. “Eu sempre quis escrever para crianças, mas só recentemente tive a oportunidade de colocar em prática esse projeto. Agora, estou focado em seguir nesse caminho e quero continuar fazendo teatro voltado para esse público”, revela o autor.
Em cena, os artistas do Grupo Oficinarte de Teatro, formado por estudantes de teatro da Oficina de Atores Abel Santana.
Consciência ambiental
“Os Sem Planeta” não é apenas uma peça divertida, mas também um meio de educar e sensibilizar as crianças sobre a realidade do nosso planeta. “Queremos fazer com que as crianças absorvam de forma lúdica a importância de cuidar do meio ambiente. A ideia é tornar esse público multiplicador de informações sobre como preservar nossa casa, a Terra. Sabemos que a criança compartilha tudo o que aprende e o teatro é uma ferramenta poderosa para isso”, afirma Abel.
A peça, que mistura elementos de fantasia e reflexão, propõe uma batalha entre as forças do “bem” e as do “mal”, com personagens como Capitão Planeta, Cagata e Olga lutando contra vilões como MC Chorume, Nitrogênia e Coliformia. O enredo gira em torno da destruição ambiental causada pelas ações humanas e como, com união e conscientização, podemos reverter esse processo.
Formando plateia
Além de trabalhar com a temática ambiental, a peça busca também fomentar o hábito de consumo de cultura desde a infância. Para Abel Santana, essa é uma oportunidade de formar um público que valoriza o teatro desde cedo, entendendo sua importância na formação de cidadãos mais conscientes e engajados com o futuro do planeta. Os ingressos para “Os Sem Planeta” estão à venda pelo Sympla, e custam R$ 50 (meia entrada).
Estreia da peça “Os Sem Planeta”
Quando: 13 de abril (domingo), às 17h
Local: Sala Abel Santana (Avenida Dante Michelini, 501 – Jardim da Penha, em Vitória)
O Centro Cultural Sesc Glória também participa da programação especial gratuita e diferenciada do Sesc Espírito Santo durante a Semana S do Comércio. O espetáculo teatral “O Som do Meu Silêncio”, solo teatral com foco no silenciamento da mulher, fica em cartaz nos dias 15 e 16 de maio, quinta e sexta, às 19h30, no Teatro Virginia Tamanini. Os ingressos podem ser retirados gratuitamente na bilheteria do Sesc Glória, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, que será destinado ao programa Sesc Mesa Brasil.
O projeto “O Som do Meu Silêncio” envolve a montagem do espetáculo solo da atriz Lu Camargo, fundadora da produtora Alma Bucólica Produz. O monólogo busca proporcionar espaço de fala às mulheres constantemente silenciadas. A conjuntura política global reforça sua relevância, transcendendo a montagem teatral, provocando reflexões sobre o feminino como indivíduo. A arte amplifica vozes reprimidas e ilumina histórias de outras mulheres.
A programação gratuita integra a Semana S do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, uma iniciativa idealizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e promovida no Espírito Santo pelo Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac. O evento ocorre de 10 a 17 de maio, em todo o estado, com o objetivo de aproximar a população dos serviços e ações do Sistema Comércio, fortalecer o setor produtivo e gerar impacto social positivo por meio da educação, cultura, saúde, lazer e qualificação profissional.
Espetáculo“O som do meu silêncio”
Quando: 15 e 16 de maio (quinta e sexta-feira)
Horário: 19h30
Local: Centro Cultural Sesc Glória – Teatro Virginia Tamanini – 5º andar –- Centro de Vitória
Ingressos solidários: doe 1kg de alimento não perecível (retire seu ingresso na bilheteria)
Uma história de luta e perseverança pelo sonho de brilhar nos palcos com a sua arte, fez com que Mercedes Baptista, tornasse sua trajetória um marco histórico para a dança brasileira, tendo se tornado a primeira bailarina negra a integrar o corpo de ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes palcos do país. Sua trajetória longeva é retratada no espetáculo “Mão na barra, pé no terreiro, a vida e a dança de Mercedes Baptista”, que chega a Vitória entre os dias 16 e 18 de maio, no MUCANE – Museu Capixaba do Negro, no Centro de Vitória. A entrada é gratuita.
O espetáculo sobre a bailarina e coreógrafa que revolucionou a dança contemporânea no Brasil, é conduzido pela atriz e bailarina Ivanna Cruz, que relembra as origens e as batalhas da mulher negra, tal como ela, para conseguir que sua arte fosse reconhecida.
A peça que já passou pelo Rio de Janeiro e São Luis/MA, tem direção artística de Luiz Antônio Rocha e texto assinado por Ivanna Cruz, Luiz Antônio Rocha e Pedro Sá de Moraes, coreografias de Diego Rosa e cenário e figurinos de Eduardo Albini. Também estarão em cena as musicistas e atrizes Geiza Carvalho e Lelê Benson. A montagem conta com iluminação de Ricardo Fujii e mais de 90% da ficha técnica do projeto é composta por artistas e técnicos negros, atuantes na cena cultural brasileira.
O musical resgata ritmos como o Jongo, a Mana Chica e a ancestralidade dos ritmos trazidos da África pelos antepassados africanos, escravizados e retirados à força de suas terras, além de seus laços familiares e culturais impostos à diáspora dolorosa pelos portugueses que aqui dominaram e colonizaram as terras brasileiras a partir do ano de 1500.
O repertório apresenta a preservação dessa cultura afrodescendente e dos sons que remetem à memória, o que tanto Mercedes fez e conseguiu, seguida anos depois pela sua conterrânea, Ivanna Cruz, que percorre o mesmo caminho. As duas, nascidas em Campo dos Goytacazes, nunca desistiram mesmo com a imposição de todas as formas de racismo existentes na sociedade.
O diretor artístico, Luiz Antônio Rocha, aponta que Mercedes Baptista foi e é a pedra fundamental da identidade afro-brasileira na dança influenciando várias gerações de artistas e movimentos culturais. Valorizou a identidade negra dando visibilidade, respeito às mulheres e combate ao racismo.“Sua história nos inspira. Além de homenageá-la, vamos resgatar ritmos que estão desaparecendo como o Jongo e a Mana-Chica (RJ). O projeto tem como referência a cultura e a arte popular influenciadas por matrizes culturais de povos afro diaspóricos”, afirma o diretor.
Quem foi Mercedes Baptista
Nascida na cidade de Campos dos Goytacazes, Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, Mercedes Baptista superou obstáculos e quebrou barreiras raciais, abrindo caminho para futuras gerações de bailarinos negros, como Ivanna Cruz. Sua ascensão é um testemunho do poder da arte em transcender fronteiras sociais e raciais. Foi a responsável pela criação do balé afro-brasileiro, inspirado nos terreiros de candomblé, elaborando uma codificação e vocabulário próprio para essas danças.
O Ballet Folclórico Mercedes Baptista foi responsável pela consolidação da dança moderna do Brasil. Ao longo de sua trajetória, Mercedes recebeu diversos prêmios e reconhecimentos, solidificando sua posição como uma das principais bailarinas do país. Sua estreia no Theatro Municipal do RJ é um momento culminante de sua carreira e um exemplo inspirador de superação.
O projeto parte do encontro entre Mercedes e a atriz e bailarina Ivanna Cruz, com meio século de intervalo entre elas, duas artistas pretas da dança que nasceram na mesma Campos dos Goytacazes, uma das últimas cidades do Brasil a acatar a abolição da escravidão.
“Mercedes Baptista é um ícone da resistência e do talento. Sua presença no Theatro Municipal do RJ é um passo importante para a representatividade e inclusão racial na dança brasileira. É uma honra fazer parte de um projeto como este, pensado nos mínimos detalhes e tão sonhado em executá-lo para além de poder homenagear, apresentar a grandeza que foi e é Mercedes Baptista”, declara Ivanna Cruz.
“Para além da primeira bailarina do Theatro Municipal, Mercedes também foi uma mulher aguerrida que manteve sempre a cabeça erguida em um propósito: mostrar que ela merecia chegar aonde chegou e ainda ousar em quebrar paradigmas e mostrar a cultura da nossa gente, a cultura afro, sobretudo por interferir de maneira positiva na percepção de novos significados para o contexto da dança, com a diversidade, inclusão e memória, tão presentes na sua trajetória”, completa a atriz.
Ivanna ainda conta que, durante o processo de preparação, ficou surpresa com a força de Mercedes em empreender, em não esmorecer, ao brigar pelo espaço dela. A bailarina cuidou da criação, da venda do seu produto, sua arte, ela sabia o que acontecia em cada detalhe da cadeia de criação dos projetos dela.
“Ela mesma arrecadava e pagava cada integrante, cada cachê, ela valorizava o profissional da arte, visionária e corajosa. Para cada porta que ela encontrava fechada, criava mais força para desenvolver e executar projetos culturais numa época ainda onde a mulher não tinha voz e nem vez. Eu espero, com esse projeto, passar por um processo de cura, de ressignificação, que as pessoas se reconheçam merecedoras, de uma maior união, de mãos dadas a quem se propõe a ser aliado e gritar junto pelo espaço que não é para segregar, separar é para juntar mais ainda. Eu me sinto muito forte quando encontro outras mãos que me ajudam e dizem que eu devo seguir, persistir, porque eu mesma já pensei em desistir muitas vezes. Mas eu lembro de Mercedes e tantos outros que deram o sangue para que eu pudesse estar aqui. Conhecer a nossa História faz parte do aparato de força e nivelação para se chegar aos resultados. Muita coisa mudou para os artistas negros, para o povo negro em geral, mas ainda temos sim um longo caminho pela frente”, diz Ivanna.
Foto: Jow Coutinho
Ivanna Cruz, atriz e bailarina multifacetada que respira arte
Atriz, dançarina, produtora, Educadora Popular e professora de dança Afro, Ivanna nasceu em Campos dos Goytacazes, cursou o Teatro Experimental do SESC e o Curso Técnico Profissionalizante da CAL. Atuou em espetáculos como: “Vestido de Noiva”, “Antígona”, “A Serpente”, “Marido Oscar”, “O outro lado da história”, “O boi e seus alegres brincantes”, “Histórias Encantadas”, “A Arca de Noé”, ”Ilê Sain à Oxalá”, 2000 a 2015 “A menina e o vento” “As Feras”, de Vinicius de Moraes de 2017 a 2019. Dirigiu os musicais: “Metal contra as nuvens” e “Batuque das Tias”, e o infantil “A Fada cheia de ideias”. Participou dos Curtas Metragens “Broadway” dir. de Maycon Gual (2017) e “A Casa de Pedra”, dir. Ricardo Conti (2018). Participou da novela “Quanto Mais Vida melhor”, na Rede Globo. Ivanna também está à frente de trabalhos como ativista cultural na cidade onde desenvolve um trabalho em terreiros e escolas divulgando a tradição popular da cidade com danças como “Mana Chica”, uma dança similar às quadrilhas de roda com nuances do Fado do tempo da escravidão.
Espetáculo ‘Mão na barra, pé no terreiro, a vida e a dança de Mercedes Baptista’
O riso está garantido nos dias 30 e 31 de maio, às 20h, no Teatro Universitário da Ufes, quando a capital capixaba recebe o espetáculo “Irmã Selma”, estrelado, escrito e dirigido por Octávio Mendes. O show de humor, sucesso absoluto em São Paulo com dois anos em cartaz no Teatro Gazeta, está em turnê nacional e promete divertir o público de Vitória com personagens icônicos e sátiras bem-humoradas.
Os ingressos já estão disponíveis através do site Sympla e também na bilheteria do Teatro da Ufes, com valores a partir de R$19,80.
No palco, Mendes revive figuras que conquistaram o público ao longo dos anos, como a apresentadora sensacionalista Mônica Goldstein, o Ex-Gay — que afirma ter “mudado de vez” —, a excêntrica Maria Botânica, atriz e cantora, e, claro, a estrela do espetáculo: Irmã Selma, a freira humorista que dá nome à peça.
Conhecido pelo humor ácido e pela habilidade em dar vida a personagens marcantes, Octávio Mendes ficou nacionalmente conhecido por sua atuação no projeto Terça Insana, onde permaneceu por quatro anos e criou parte dos personagens que hoje estão no show.
A apresentação em Vitória faz parte da celebração dos 18 anos da WB Produções, responsável pela produção local. O espetáculo é viabilizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e conta com acessibilidade garantida: todas as sessões terão intérprete de Libras.
IRMÃ SELMA
Quando: 30 e 31 de maio, às 20h
Local: Teatro Universitário UFES – Av. Fernando Ferrari, 514 – Goiabeiras, Vitória
Classificação etária: 14 anos
Ingressos:
Plateia A: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00(meia entrada) Plateia B: R$ 90,00 (inteira) e R$ 45,00 (meia entrada) Mezanino: R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia entrada)
Venda presencial no Teatro Universitário da UFES, de terça a sexta-feira, das 14h às 19h, e nos dias de espetáculo, a partir das 15h.