Artista representada pela Matias Brotas, carioca Adrianna EU expõe trabalho inédito em shopping de São Paulo
Com curadoria de Marcello Dantas, a exposição ‘Laços’ foi criada pela artista para a celebração dos 25 anos do Pátio Higienópolis. Com 40 milhões de metros de fios de linha, esta é a maior instalação criada por Adrianna e abre para visitação gratuita no dia 1º de agosto
Uma analogia aos caminhos da vida – com seus desvios, retas, curvas -, aos encontros que se entrelaçam, às conexões de afeto que se formam, representados por 40 milhões de metros de linha vermelha. A partir desta quarta, dia 24 de julho, a artista carioca Adrianna Eu, representada pela galeria Matias Brotas, inicia a montagem da exposição Laços, trabalho inédito que será exposto no vão central do Pátio Higienópolis, em São Paulo, em comemoração aos 25 anos do shopping.
Adrianna EU assina a exposição Laços no Pátio Higienópolis. Foto: Divulgação
E será aos olhos do público, com performance aberta nos dias 24 e 25 de julho, que a artista plástica vai começar a tecer, conectar, integrar e enlaçar esse marco inédito em sua carreira, desenrolando cerca de 20 mil carretéis a partir da abóbada de vidro no topo do Pátio Higienópolis, a 44 metros de altura. A exposição Laços – que demanda uma estrutura de cerca de 3 toneladas – é construída pela própria Adrianna e estará pronta para ser contemplada pelos visitantes a partir do dia 1º de agosto, com visitação gratuita.
Por trás do expressivo número de 40 milhões de linha vermelha, um significado. “É a extensão da linha imaginária do Equador, que ‘abraça’ o planeta”, revela Adrianna. A artista garante ainda que, ao visitar a exposição, o público será convidado a apreciar seus diferentes aspectos, sob diferentes ângulos, e refletir sobre os diferentes caminhos do emaranhado de fios.
“Laços celebra os 25 anos do Pátio Higienópolis, como um lugar de encontros, de criação de memórias de diferentes gerações. O espaço da exposição estimula esses encontros e momentos de reflexão e conexão, diz o curador Marcello Dantas.
A Exposição
Do topo dos mais de 40 metros de altura do vão central do shopping, vão pender os quilômetros de linhas, que se desenrolam a partir de cones gigantes. No piso, pufes em forma de grandes novelos de lã e poltronas giratórias que lembram os carretéis de antigas máquinas de costura. Todos os fios são de vermelho vivo (“vermelho corre em minhas linhas porque corre em minhas veias”), que podem ganhar novas nuances ao longo do dia conforme as alterações da luz natural do espaço.
A artista Adrianna Eu
Carioca, que há cerca de 5 anos mora e trabalha em São Paulo. Adrianna É formada pela Escola de Artes Visuais EAV – Parque Lage (RJ) e adotou Adrianna Eu, como um nome-trabalho, que a representa e que pode “provocar sentimento de reflexão”. Em seu portfólio, exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais. Dentre suas principais exposições individuais estão, O mergulho de Narciso (2015 -Galeria Luciana Caravello Arte Contemporânea), O mais profundo pensamento é um coração batendo (2014 – Casa Porto); Trabalhos recentes (2005 -Paço Imperial – todas no Rio de Janeiro). Dentre suas exposições coletivas, Aquilo que nos une (2017- Caixa Cultural, em São Paulo); In Memoriam ( Caixa Cultural, Rio de Janeiro). Desde 2015, utiliza linhas vermelhas como tema de suas obras.
O curador Marcello Dantas
Premiado curador com ampla atividade no Brasil e no exterior, nos últimos anos, Marcello participou da concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo; Museu da Natureza, na Serra da Capivara, Piauí; Museu da Cidade de Manaus; Museu da Gente Sergipana, em Aracaju; Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, em Barranquilla, Colômbia. Foi também diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20, da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006, além de curador da Bienal do Mercosul (2022, Porto Alegre). Atualmente, é curador do SFER IK Museo em Tulum, no México, e membro do conselho de várias instituições internacionais.
Serviço:
“Laços” – Exposição inédita da artista carioca Adrianna Eu – 25 anos do Pátio Higienópolis
O 32º Festival de Cinema de Vitória anunciou, na noite da última quinta-feira (24), os filmes vencedores do Troféu Vitória, símbolo máximo do evento, e os contemplados com o Prêmio Canal Brasil de Curtas e o Prêmio Sesc Glória. Durante o evento, foram exibidos 90 filmes selecionados pela Comissão de Seleção – 85 curtas e cinco longas-metragens –, distribuídos em 11 mostras competitivas, que apresentaram um recorte da produção contemporânea do audiovisual brasileiro, com produções realizadas entre os anos de 2024 e 2025.
Na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, o vencedor do Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Técnico foi a produção baiana Na Volta Eu Te Encontro, de Urânia Munzanzu. O capixaba Sola, de Natália Dornelas, recebeu o Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Popular. Já o curta-metragem alagoano Entre Corpos, levou os prêmios de Melhor Roteiro e Direção, para Mayra Costa. Fenda, de Lis Paim, levou o Troféu Vitória de Melhor Interpretação (para Noélia Montanhas) e o Prêmio Especial do Júri. Fechando a lista, a produção paulista Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho, recebeu o Troféu Vitória de Melhor Fotografia (para Renato Hodja), e O Tempo é um Pássaro, de Yasmin Thayná, levou o Troféu Vitória de Melhor Contribuição Artística.
Sola ganhou o Troféu Vitória de Melhor Filme (Júri Popular) da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. Crédito: Divulgação.
O Júri Técnico da mostra foi composto pela diretora Gabriela Gastal, pelo produtor audiovisual Izah Candido e pelo ator e cineasta Victor Di Marco.
Na 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, os grandes vencedores foram a produção goiana Mambembe, de Fábio Meira, que levou o Troféu Vitória de Melhor FilmepeloJúri Técnico e Melhor Interpretação (para Índia Morena). A produção capixaba, O Deserto de Akin, de Bernard Lessa, ganhou o Troféu Vitória de Melhor Filmepelo Júri Popular e Melhor Fotografia (para Heloísa Machado). O longa cearense Centro Ilusão, de Pedro Diógenes, venceu o Troféu Vitória de Melhor Direção e Roteiro (ambos para Pedro Diógenes). O documentário mineiro Brasiliana: o Musical Negroque Apresentou o Brasil ao Mundo, de Joel Zito Araújo, recebeu o Troféu Vitória de Melhor Contribuição Artística.
O Júri Técnico da mostra foi composto pelo ator, roteirista e diretor Heraldo de Deus, pela diretora de arte Joyce Castello, e pela atriz Marcélia Cartaxo.
Também foram entregues o Troféu Vitória de Melhor Filme (Júri Popular e Júri Técnico) para os filmes que participaram das seguintes mostras: 15ª Mostra Quatro Estações, 14ª Mostra Foco Capixaba, 14ª Mostra Corsária, 12ª Mostra Outros Olhares, 10ª Mostra Cinema e Negritude, 10ª Mostra Mulheres no Cinema, 9ª Mostra Nacional de Videoclipes, 8ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental e 7ª Mostra Do Outro Lado.
Na Volta Eu Te Encontro, de Urânia Munzanzu: vencedor do Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Técnico, na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas.
Prêmio Canal Brasil de Curtas
O Júri do Prêmio Canal Brasil de Curtas elegeu A Invenção do Orum, de Paulo Sena, como o Melhor Filme da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. A produção capixaba ganhou o Troféu Canal Brasil, além de uma premiação no valor de 15 mil reais.
O Júri do Prêmio Canal Brasil de Curtas foi formado pelos jornalistas Marília Barbosa (IstoÉ), Pâmela Ortiz (Cine Ninja) e Paulo Ernesto (AdoroCinema), que participaram da cobertura do 32º Festival de Cinema de Vitória.
Prêmio Sesc Glória
O Prêmio Sesc Glória, escolhido pela curadoria do Sesc, foi para o filme Mambembe, de Fábio Meira, exibido na 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O prêmio consiste no licenciamento por 02 anos para exibição nos cinemas do Sesc Espírito Santo. O Júri do Prêmio Sesc foi formado pelos produtores culturais Gabriel Albuquerque e Leandra Moreira.
Confira a relação completa de premiados do 32º FCV
TROFÉU VITÓRIA – PREMIADOS
29ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Na Volta Eu Te Encontro, de Urânia Munzanzu (DOC, BA, 13’)
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) Sola, de Natália Dornelas (FIC, ES, 15’)
Troféu Vitória – Melhor Direção Mayra Costa, por Entre Corpos (FIC, AL, 17’)
Troféu Vitória – Melhor Roteiro Mayra Costa, por Entre Corpos, de Mayra Costa (FIC, AL, 17’)
Troféu Vitória – Melhor Fotografia Renato Hodja, por Arame Farpado, de (Gustavo de Carvalho, FIC, SP, 21’)
Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística O Tempo é um Pássaro, de Yasmin Thayná (FIC, RJ, 18’)
Troféu Vitória – Melhor Interpretação Noélia Montanhas, por Fenda, de Lis Paim (FIC, CE, 23’)
Troféu Vitória – Prêmio Especial do Júri Fenda, de Lis Paim (FIC, CE, 23’)
Menção Honrosa O Panda e o Barão, de Melina Galante (FIC, ES, 16’)
15ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Mambembe, de Fábio Meira (DOC, GO, 98’)
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (FIC, ES, 78’)
Troféu Vitória – Melhor Direção Pedro Diógenes, por Centro Ilusão (FIC, CE, 85’)
Troféu Vitória – Melhor Roteiro Pedro Diógenes, por Centro Ilusão, de Pedro Diógenes (FIC, CE, 85’)
Troféu Vitória – Melhor Fotografia Heloísa Machado, por Deserto de Akin, de Bernard Lessa (FIC, ES, 78’)
Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística Brasiliana: o Musical Negro que Apresentou o Brasil ao Mundo, de Joel Zito Araújo (DOC, MG, 83’)
Troféu Vitória – Melhor Interpretação Índia Morena, por Mambembe (DOC, GO, 98’)
Menção Honrosa Madonna Show, por Mambembe (DOC, GO, 98’)
15ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular) Lacraia Vai Tremer, de Lá Baiano e Jadson Titanium (DOC, ES, 12’)
Menção Honrosa 2 de Copas, de Ana Squilanti (FIC, SP, 18’)
14ª MOSTRA FOCO CAPIXABA
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Castelos de Areia, de Giuliana Zamprogno (EXP, ES, 14’)
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) A Última Sala, de Gabriela Busato e Júlio Cesar (DOC, ES, 20’)
14ª MOSTRA CORSÁRIA
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular) Cavaram uma Cova no Meu Coração, de Ulisses Arthur (DOC, AL, 24’)
Menção Honrosa O Som do Trovão no Deserto, de Diego Zon (FIC, ES, 22’)
12ª MOSTRA OUTROS OLHARES
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Guarapari Revisitada, de Adriana Jacobsen (DOC, ES, 13’)
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) Manoel Loreno: Improviso e Paixão, de Enzo Rodrigues (DOC, ES, 23’)
10ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular) Mães, de Bruna Aguiar (DOC, RJ, 22′)
10ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) O Céu Não Sabe Meu Nome (Carol AÓ, FIC, BA, 20’)
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) Sebastiana, de Pedro de Alencar (DOC, RJ, 16’)
Menção Honrosa Sebastiana, de Pedro de Alencar (DOC, RJ, 16’)
9ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) humanurbano – Nóis é eternidade, de Fredone Fone. Artista: MC Fredone. 2’50” – [ES]
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) Santo Orixá Guerreiro, de Camila Calmon, Sabrina Repollez e Jeffão. Artista: Monique Rocha. 6’13” – [ES]
8ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Sobre Ruínas, de Carol Benjamin (DOC, RJ, 17’)
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) Por que Morrem os Rios?, de Dandara Rust Raposo, Luiza Piroli, Maíra Fortuna, Maria Cecília Oliveira e Vanessa Baptista Simões (DOC, ES, 8’)
7ª MOSTRA DO OUTRO LADO – CINEMA FANTÁSTICO
Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico e Júri Popular) Umbilina e Sua Grande Rival, de Marlom Meirelles (FIC, PB, 20’)
Ney Matogrosso: o artista que diz sim à arte e à autenticidade da vida
Homenageado nacional da 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória, Ney Matogrosso participou de uma coletiva de imprensa marcada por reflexões sobre liberdade, arte e existência. O Fica a Dica ES esteve presente e compartilha os destaques desse encontro
Por onde passa, Ney Matogrosso não apenas caminha: ele se destaca e reverbera. Aos 83 anos, homenageado nacional da 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória, Ney concedeu entrevista coletiva a veículos locais e nacionais, na tarde da última quinta-feira (24), antes de receber sua homenagem em cerimônia no Teatro Sesc Glória. O Fica a Dica ESmarcou presença e conta agora sobre os trechos mais importantes da ocasião.
Já adiantamos: Ney falou sobre a homenagem recebida no festival, refletiu sobre a repercussão do filme Homem com H, dirigido por Esmir Filho, compartilhou memórias, pensamentos e posturas que reafirmam quem ele é: um corpo livre, uma alma inquieta, uma voz que nunca se dobra, independente do tempo e do contexto político-social.
Homem com H
A entrevista não poderia deixar de começar falando sobre o estrondo da produção cinematográfica que retrata sua trajetória. Sobre isso, Ney disparou: “Minha única condição para que o filme pudesse existir é que não tivesse nada que não fosse a verdade”. Em tempo: para quem não teve a oportunidade de assistir o filme Homem com H nos cinemas, ele está disponível na plataforma de streaming Netflix.
Mas, e o impacto da produção? “Virou um turbilhão! Se eu trabalhava 10, agora estou trabalhando 30”, contou. Ele ainda completa: “Recebo muitas mensagens de pessoas que, depois de verem o filme, começaram a viver com mais liberdade. Isso me emociona profundamente. Fico feliz por estimular as pessoas a assumirem a própria verdade”.
Liberdade, aliás, é a palavra que costura cada fase de sua vida artística e pessoal. Seja no palco ou fora dele, Ney sempre foi resistência com um quê de acolhimento. “Somos, cada um, um universo, e precisamos manifestar isso”, afirma de forma firme, mas com sorriso de quem sabe bem como se posicionar perante a vida.
Ney Matogrosso com o Caderno do Homenageado na Coletiva de Imprensa do 32º FCV. Crédito: Melina Furlan/Acervo Galpão IBCA
Censura, desejo e carnaval
Durante a conversa com jornalistas, Ney relembrou os tempos da censura, especialmente nas cenas retratadas no filme Homem com H. Momentos em que a repressão tentava calar a arte, mas, quando se tratava dele, era em vão.
“Era tudo propositalmente pensado. Eu queria fazer um teatro de revista (gênero teatral que surgiu na França na segunda metade do século XVII e é marcado por esquetes de caráter crítico e números musicais com figurinos extravagantes), que era libidinoso”, revelou, reforçando que o erotismo em cena era escolha estética, política e existencial.
Ele ainda relembrou os inúmeros recados que recebia, especialmente do exército, sobre estar “se excedendo” em suas apresentações nos palcos. “Quanto mais diziam que eu não podia me exceder, mais eu me excedia, porque, afinal, esta não é a minha maneira de me expressar? Me ‘excedia’ (entre aspas) para a época, porque hoje em dia isso já não significa tanto”.
Questionado sobre o inédito enredo da Imperatriz Leopoldinense que o terá como tema no carnaval de 2026, ele contou que – após alguns convites e declinações – enfim decidiu aceitar. “Estou dizendo tantos ‘sim’ pra vida, que decidi dizer ‘sim’ para a escola de samba. Não pretendo ir além de mim, vestido de mim mesmo. Mas o contato foi muito positivo. Fui visitar o barracão, aquilo lá é uma loucura. Tudo exorbitante! Não sou um homem do carnaval, mas a festa é de uma disciplina e organização admiráveis”, declarou.
Trecho do caderno do homenageado da 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória
Tempo, morte e permanência
Ney completa 83 anos no dia 1º de agosto. Leonino, mas que contraria todo e qualquer estereótipo, rejeita rótulos e as vaidades do mundo artístico. Com o aniversário batendo à porta, foi questionado sobre como será a comemoração, mas revelou: não é adepto de festa. Para ele, esta é só mais uma data. No entanto, não há espaço para melancolia ou saudosismo. Mas há, sim, espaço para uma profunda reflexão sobre o tempo. A morte, para Ney, é uma etapa natural do percurso.
“Não ter aceitação da única certeza que temos? Eu tenho aceitação e penso tranquilamente. Espero que eu chegue lá com calma e serenidade. Vamos viver enquanto podemos”.
O Ney ator e a relação com o Espírito Santo
Perguntado se considera estar no seu auge como ator, foi enfático ao dizer que não tem feito tantas coisas mais regularmente, mas que é satisfeito com o que já fez. “Se houver convites que me interessem, eu faço sim”, completou.
Mas, e o Espírito Santo? O filme Homem com H, por exemplo, retrata que o primeiro amor de Ney era capixaba. A relação com o Estado, porém, sempre foi mais profunda. “Já vim muitas vezes aqui. Conheci muitas pessoas daqui e me tornei amigo delas, principalmente quando saí de Brasília e fui ao Festival de Inverno de Ouro Preto”.
Ele relembrou ainda uma visita ao Mosteiro Zen Budista, em Ibiraçu. “Vim visitar amigos e fiquei lá entre uns 5 e 6 dias. Só que eles não exigiam de mim as formalidades que eles exigem pra quem tá lá. Eu dormia até tarde, não precisava acordar às 5h da manhã”, conta aos risos.
A homenagem no Sesc Glória
À noite, na Cerimônia de Homenagem, comandada por Sarah Oliveira e Simone Zuccolotto, o artista recebeu o Troféu Vitória, símbolo do festival, e o Caderno do Homenageado, além de uma joia exclusiva. A dupla de apresentadoras contou para o público um pouco da trajetória vitoriosa de Ney Matogrosso, que em 2025 comemora 50 anos de carreira solo.
Ney Matogrosso com o Troféu Vitória e a plateia mascarada em sua homenagem. Crédito: Melina Furlan e Vikki Dessaune/Acervo Galpão IBCA
Na sequência, Ney Matogrosso subiu ao palco e recebeu os calorosos aplausos do público. “Estou feliz! Vamos seguir a história, não é isso? Para mim é uma felicidade fazer parte do cinema. Desde criança sempre fui ao cinema, e ficava muito impressionado com as pessoas naquela tela. Lá dentro desejava isso. Foi para mim uma felicidade mesmo. Sou da música, mas sou do cinema também. E estou disponível para ser do cinema, desde que tenha tempo livre”, disse ele, que complementou: “Fico meio envergonhado, meio travado. Mas aceito sim, muito obrigado”.
Outro momento emocionante da noite, foi quando toda a plateia colocou no rosto uma máscara que fazia alusão à maquiagem usada pelo artista na época do Secos & Molhados. Todos vibraram com a energia de Ney Matogrosso.
Na sequência, o público conferiu dentro da Sessão Especial de Encerramento, o longa-metragem Luz nas Trevas: a Volta do Bandido da Luz Vermelha, que tem roteiro original de Rogério Sganzerla adaptado por Helena Ignez, é a continuação do clássico O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Sganzerla. A diretora estava presente na homenagem e subiu ao palco para falar sobre a produção e sua parceria com Ney Matogrosso.
Texto: Thaís Tomazelli
Foto principal:Ney Matogrosso na coletiva do 32º Festival de Cinema de Vitória. Crédito: Melina Furlan e Vikki Dessaune/Acervo Galpão IBCA.
O Espírito Santo, com sua vasta diversidade e riqueza cultural, é um importante celeiro de expressões do fazer humano, tendo as icônicas panelas de barro e as Paneleiras de Goiabeiras como símbolo máximo dessa tradição. A cerâmica artesanal, em sua história e presente, carrega a profunda influência desse encontro de vivências e saberes. E entre os dias 31 de julho e 02 de julho, essas incríveis formas de manifestação da arte estarão em evidência na 3ª Feira de Cerâmica e Decoração do Espírito Santo, no Centro de Celebrações da Primeira Igreja Batista de Vitória, em Jardim Camburi.
O evento é gratuito e contará com uma estrutura diversificada. Serão mais de 70 estandes com uma vasta gama de produtos em cerâmica, peças em madeira e arranjos florais. Além disso, os visitantes terão à disposição uma praça de alimentação com diversas opções, incluindo delícias das montanhas e gelatos artesanais. A curadoria da 3ª Feira de Cerâmica e Decoração do Espírito Santo é assinada por Paoletti Avellar.
A programação cultural será enriquecida com música ao vivo, com atrações confirmadas como Fábio do Carmo (voz e violão) e Zero (Saxofone).
Entre as atividades disponíveis ao público, destaca-se a apresentação virtual “Cerâmica, Inovação e Tecnologia” com Mark Lloyd, fundador da Skopelab e co-fundador da Claraval – Sound Made Ceramics. Lloyd vai abordar a fascinante experiência na qual a cerâmica é moldada pela voz humana, criando peças únicas e inovadoras. Esta apresentação está marcada para a sexta-feira, dia 01º de agosto, às 15h.
Além disso, a feira terá ainda vivências com cerâmica na sexta e no sábado, em três horários diferentes, voltadas para crianças e adultos que desejam ter contato direto com o barro e a oportunidade de aprender sobre o processo de produção de cerâmica. Serão disponibilizadas 20 vagas por turma.
Confira a programação completa!
Oficinas Gratuitas: Vivências e demonstrações com barro (Inscrições no local)
– 01/08 (Sexta-feira):
Manhã (10h às 11h) – Instrutor: Francisco Lorusso (20 vagas);
Tarde (14h às 15h) – Instrutores: Stella S. e Fátima Nader (20 vagas);
Noite (19h às 20h) – Instrutor: Bruno Salvador (20 vagas).
– 02/08 (Sábado):
Manhã (10h às 11h) – Instrutor: Katy Jullie (20 vagas);
Tarde (14h às 15h) – (20 vagas);
Noite (17h às 18h) – (20 vagas).
Demonstrações em torno de barro/Criações
– 01/08 (Sexta-feira):
Manhã (11h) – Teresa Drago;
Tarde (18h) – Teresa Drago;
Noite (20h) – Ozeias.
– 02/08 (Sábado):
Manhã (11h) – Ozeias;
Tarde (16h) – Adriano Zamperlini / Acélio Rubens (Co-criação).
Apresentação virtual Cerâmica, Inovação e Tecnologia com Mark Lloyd (fundador Skopelab e co-fundador Claraval)
– 01/08 (Sexta-feira), às 15h
Sorteios: Todos os dias, durante a programação da feira.
Atrações Musicais Confirmadas:
Fábio do Carmo (voz e violão);
Zero (Saxofone).
3ª Feira de Cerâmica e Decoração do Espírito Santo
Quando: 31 de julho a 02 de agosto
Local: Centro de Celebrações da Primeira Igreja Batista de Vitória (Av. José Maria Vivácqua Santos, 720, Jardim Camburi, Vitória)