Conecte

Cultura

Parque Pedra da Cebola: Exposição gratuita conta histórias de vida por meio de cordel

Em parceria com o Museu da Pessoa, de São Paulo, entre os dias 20 de maio e 22 de junho, Museu Vale promove o “Vidas em Cordel” com apresentação de 22 obras

Postado

em

Uma exposição que vem ganhando o Brasil e agora chega – com entrada gratuita – em Vitória: “Vidas em Cordel”, fruto de uma parceria entre o Museu Vale, que está em seu momento extramuros, e o Museu da Pessoa. De 20 de maio a 22 de junho, o Parque Pedra da Cebola vai se transformar em uma galeria a céu aberto. Vinte e duas trajetórias de vida ganham o formato de cordéis ilustrados, incluindo duas capixabas e uma homenagem a Dona Domingas, símbolo da luta da população negra do estado.  

Os horários de visitação são de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 18h, e sábado e domingo, das 9h às 16h. Para escolas, as visitas educativas podem ser agendadas no telefone (27) 9 9252-7525 ou pelo e-mail educativo.mv@institutoculturalvale.org

As capixabas Regina Maria Ruschi e Dilvana Silva Santos estão entre as homenageadas com os cordéis, incluídas especialmente nesta montagem da exposição. História para contar não falta na trajetória delas. Regina é fundadora do Grupo Barra de Renda, que desde 2015 se dedica a passar de geração em geração a técnica das rendas de bilro no bucólico balneário da Barra do Jucu, em Vila Velha. 

O público também terá a oportunidade de conhecer a história de Dilvana Silva Santos, que liderou em Colatina a coleta seletiva e a educação ambiental, com o intuito de reduzir o envio de resíduo reciclável seco ao aterro sanitário municipal, além de reintroduzir esse material à cadeia de produção, gerando renda para os associados. 

As histórias dessas capixabas que fazem a diferença ganharam a arte de cordel por meio do talento de Marco Haurélio e xilogravura de Lucélia Borges, no caso de Regina, e de Rouxinol do Rinaré com Julie Oliveira e xilogravura de Artur Soares, no caso de Dilvana. A exposição também conta com obras de talentosos cordelistas como Bule-Bule, Klévisson Viana, Nilza Dias, Gigio Paiva, Jonas Samaúma, José Santos e Maria Celma, e de artistas visuais como Maércio Siqueira, Jefferson Campos e Regina Drozina, criando um encontro potente entre arte popular e memória social que fizeram da literatura de cordel um Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. 

A mostra apresenta diversos relatos marcantes, como o jornalista Gilberto Dimenstein e o líder indígena Ailton Krenak, imortal da Academia Brasileira de Letras. Também ganha destaque a trajetória de MC Kawex, rapper que passou 20 anos em condições de extrema vulnerabilidade e usou a música como instrumento de denúncia e expressão social. Ainda, entre os retratos expostos está o de César Vieira, pseudônimo de Idibal Matto Pivetta, advogado que teve papel fundamental na defesa de presos políticos durante o período da ditadura militar no Brasil. 

Além disso, para esta edição, será feita uma homenagem a Dona Domingas, lembrada não apenas como uma figura popular de Vitória, mas como representação de tantas outras histórias negras apagadas ou mal contadas. “Sua inclusão é um gesto de reconhecimento ao valor de sua trajetória e como símbolo da luta coletiva da qual ela, ainda que inconscientemente, participou”, destaca o pesquisador Marcus Vinícius Sant’Ana, convidado para escrever esta história.  

Fazendo sua própria história

E, se depois de passear por tantas trajetórias incríveis, o público pudesse contar a sua própria história? Uma cabine, instalada no Parque Pedra da Cebola, possibilitará essa aventura literária para os capixabas e turistas. O material criado será disponibilizado no site do Museu da Pessoa. As produções, aliás, podem ser conferidas no link https://memo.museudapessoa.org/vidas-em-cordel/conte-sua-historia/.  

Para seguir com a missão de valorizar narrativas de vida por meio da literatura de cordel e das xilogravuras, promovendo a memória coletiva e o reconhecimento de trajetórias inspiradoras; a mostra seguirá a partir do dia 26 de junho para a região Noroeste, no Centro de Ciência de Colatina. 

Circulando desde agosto de 2023, a exposição já passou por São José do Paiaiá (BA), Mucugê (BA), Feira de Santana (BA), Salvador (BA), Santa Cruz da Venerada (PE), Paracatu (MG) e São Paulo (SP). Mais de 100 mil pessoas visitaram as obras presencialmente e cerca de 150 mil passaram pela versão digital. 

Formação de Profissionais da Educação

A partir da temática da exposição, o Museu Vale, em parceria com o Museu da Pessoa, realizará a formação “Literatura de Cordel: Do Sertão à Sala de Aula”, voltada para profissionais da educação. A atividade será conduzida pelo cordelista Marco Haurélio, com o objetivo de apresentar possibilidades de uso da literatura de cordel em contextos escolares e espaços educativos. 

A formação é presencial, gratuita e acontece no dia 21 de maio, das 9h às 11h30, na Sala Educativo Museu Vale, no Parque Botânico Vale, em Jardim Camburi. As inscrições estão abertas até às 12h do dia 20 de maio, pelo site museuvale.org

Vidas em Cordel – Etapa Vitória 

Período de visitação: 20 de maio a 22 de junho 

Local: Parque Pedra da Cebola (Rua Ana Viêira Mafra, s/n – Mata da Praia, Vitória)  

Entrada gratuita

Grupos escolares: agendamento pelo telefone (27) 9 9252-7525 ou pelo e-mail educativo.mv@institutoculturalvale.org

Continue Lendo
Advertisement
Clique para comentar

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Cultura

25 anos do Teatro Sesi: Concerto “Rhapsody in Blue” acontece nesta sexta-feira (04)

Orquestra Camerata Sesi contará com a participação do pianista Estevão Gomes para interpretar a icônica Rhapsody in Blue, de George Gershwin

Postado

em

Seguindo a programação de atividades referentes aos 25 anos do Teatro Sesi, em Jardim da Penha, nesta sexta-feira, dia 4 de julho, a Orquestra Camerata Sesi apresenta o concerto ‘Temporada Clássica: Da América – Gershwin’, uma noite especial dedicada à música orquestral e ao talento jovem.

O destaque da apresentação será a participação do pianista Estevão Gomes, vencedor da última edição do Programa Prelúdio, que vai interpretar a icônica Rhapsody in Blue, de George Gershwin — obra que mescla com maestria os universos do erudito e do jazz.

Em uma atmosfera vibrante e emocionante, o concerto celebra o encontro entre juventude e excelência musical, trazendo ao palco um repertório que dialoga com o virtuosismo, a expressividade e a inovação. Uma experiência imperdível para os amantes da boa música.

‘Temporada Clássica: Da América – Gershwin’ com Orquestra Camerata Sesi e participação de Estevão Gomes

Local: Teatro Sesi (Rua Tupinambás, 240, Jardim da Penha – Vitória)

Quando: 4 de julho (sexta-feira)

Hora: 19h30

Ingressos: R$ 20 (meia) | R$20 (meia solidária)

Vendas: https://site.bileto.sympla.com.br/sesiculturaes/

Continue Lendo

Cultura

Sesc Glória vai sediar a estreia nacional do Sonora Brasil 2025

Lançamento acontece nesta sexta e sábado, dias 27 e 28 de junho, com a presença de representantes dos 10 grupos musicais que integram o circuito e o pré-lançamento da série documental “Sonora Brasil – Encontros, Tempos e Territórios”

Postado

em

A 27ª edição do Sonora Brasil começa a circular pelo país neste mês de junho, levando ao público espetáculos produzidos especialmente para o projeto. O lançamento será neste fim de semana, nos dias 27 e 28, no Sesc Glória, em Vitória, e contará com a presença de representantes dos 10 grupos musicais que integram o circuito. O evento também será palco do pré-lançamento da série documental Sonora Brasil – Encontros, Tempos e Territórios, produzida pelo SescTV, com a exibição do episódio sobre Chau do Pife e Andréa Laís.

Promovido pelo Sesc com objetivo de apresentar programações musicais com temáticas relacionadas à cultura brasileira, o Sonora Brasil trabalha o biênio 2024-2025 com o tema “Encontros, tempos e territórios”. Por meio do encontro entre artistas de diferentes gerações e regiões, foram produzidos shows inéditos, com uma mistura de ritmos e vivências, que mostram a relação entre tempos históricos e territórios nas criações artísticas de diferentes movimentos da música popular brasileira.

“O Sonora Brasil consegue traduzir essa riquíssima diversidade cultural brasileira ao reunir artistas de diferentes gerações, de formações musicais e preferências tão distintas. Ficamos felizes por esses dez grupos terem aceitado o nosso desafio de criar espetáculos inéditos para trazer ao público essa riqueza que só um país tão multicultural como o nosso consegue produzir”, comemora Janaina Cunha, diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.

Documentários

A série Sonora Brasil: Encontros, Tempos e Territórios foi gravada durante o ano de 2024, em paralelo à circulação do projeto, e conta um pouco da trajetória de cada um dos artistas e o que eles levaram para o palco do Sonora. O episódio que será exibido no lançamento apresenta Chau do Pife, Mestre do Patrimônio Vivo de Alagoas, que adaptou a melodia do pife a vários estilos musicais, como rock, maracatu e chorinho; e a jovem cantora Andréa Laís, de 24 anos, que se destaca pela sua mistura única de ritmos regionais e eletrônicos.

O Sesc TV já produziu 20 documentários sobre o projeto, disponibilizados no site do canal. Em 2024, foi lançada a série documental sobre o Líricas Femininas, tema da 22ª edição do Sonora Brasil no biênio (projeto de 2019). A obra ganhou o prêmio da rede de Televisoras Públicas e Culturais da América Latina (RedTAL) de melhor conteúdo musical.

Confira a programação do Sonora Brasil no Espírito Santo:

Dia 27/06 – Sexta-feira

Sonora Brasil

Local: Sesc Glória – Teatro Glória (térreo)
Hora: às 20h

Ingressos gratuitos (sujeito à lotação do espaço): https://lets.events/e/sonora-brasil-encontros-tempos-e-territorios/

Apresentações:

– Mãe Beth de Oxum, Surama e Henrique Albino (PE)

– Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro (MS) 

– Bado, Quilomboclada e Sandra Braids (RO)

Dia 28/06 – Sábado

Sonoros Saberes – Roda de Conversa

Local: Sesc Glória – Teatro Virgínia Tamanini (5º andar)

– 14h30: Memória, pesquisa e registros da música brasileira

– 16h: Música, territórios e resistência

Dia 28/06 – Sábado

Sonora Brasil

Local: Sesc Glória – Teatro Glória (térreo)

Hora: às 19h30

Ingressos gratuitos (sujeito à lotação do espaço): https://lets.events/e/sonora-brasil-encontros-tempos-e-territorios-2/

Apresentações:

– Melina Mulazani, Leo da Rabeca e Luiz Parna (PR)

– Fernando César e Tiago Tunes (DF)

– Geraldo Espíndola e Marcelo Loureiro (MS)

– Ana Paula e Seu Risca (SC)

– Exibição de lançamento do Documentário “Sonora Brasil – Encontros, Tempos e Territórios”

– Chau do Pife e Andreia Lais (AL)

Dia 01/07 – Terça-feira

Sonora Brasil

Local: Sesc Glória – Teatro Glória (térreo)

19h – Geraldo Espíndola E Marcelo Loureiro (MS) 

20h – Mãe Beth De Oxum, Surama e Henrique Albino (PE) 

Local: Sesc Guarapari

20h – Seu Risca E Ana Paula (SC)

20h – Mestre Negoativo E Douglas Din (MG)

Dia 02/07 – Quarta-feira

Sonora Brasil

Local: Sesc Glória – Teatro Glória (térreo)

19h – Seu Risca e Ana Paula (SC) 

20h – Mestre Negoativo (MG) 

Local: Sesc Guarapari

20h – Geraldo Espíndola E Marcelo Loureiro (MS) 

20h – Manoel e Felipe Cordeiro (PA)

Dia 03/07 – Quinta-feira

Sonora Brasil

Local: Sesc Glória 

20h – Manoel e Felipe Cordeiro (PA)

Continue Lendo

Cultura

Festival Movimento Cidade 2025: saiba quais são os filmes selecionados para a mostra audiovisual competitiva

A exibição acontece no sábado, 16 de agosto, na programação da 7ª edição do Festival, no Parque da Prainha, em Vila Velha

Postado

em

Os filmes que compõem a Mostra Cinética do Festival Movimento Cidade 2025 vêm de diferentes pontos do país e carregam na bagagem memórias, olhares e narrativas que pulsam Brasil. Foram mais de 700 obras inscritas, vindas de todas as regiões, e 12 títulos foram selecionados para compor a programação competitiva da mostra audiovisual do evento.

As produções serão exibidas em uma mega tela de cinema ao ar livre, a maior já usada em eventos desse tipo no Espírito Santo — uma experiência que promete emocionar, provocar e expandir os sentidos do público. A exibição acontece no sábado, 16 de agosto, dentro da programação da 7ª edição do Festival, que ocupará o Parque da Prainha, em Vila Velha, nos dias 15 e 16 de agosto.

Com duração entre 1 e 15 minutos, as obras audiovisuais abordam temas como representatividade LGBTQIA+, a valorização de saberes ancestrais indígenas e afro-brasileiros, identidade cultural, vivências periféricas, questões de gênero e sexualidade, entre outros. Ao menos quatro trabalhos utilizam a dança como linguagem expressiva. O vencedor leva R$ 1,5 mil em premiação.

A seleção traz obras de nove estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo. Do Espírito Santo, destaca-se o minidocumentário Como Matar para Viver, de Matheus Barreto de Souza. O filme retrata a pesca artesanal em Nova Almeida, na Serra, por meio do relato sensível de Gilcélia Barreto, refletindo sobre como rituais relacionados à morte também produzem vida, memória e identidade. 

Outro destaque é “Basquete das Excluídas”, de Rudolfo Auffinger (PR), que retrata um coletivo LGBTQIA+ que ocupa quadras públicas de Curitiba em partidas performáticas, unindo esporte, dança e resistência de gênero. Em “Cabeça de Cabaças”, de Keila-Sankofa (AM), a videoarte traz à tona a força simbólica da cabaça nas culturas negras e indígenas amazônicas, evocando rituais, espiritualidade e a criação do mundo como saber ancestral.

“A Mostra Cinética nasce do desejo de reconhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira a partir das múltiplas linguagens do audiovisual. Cada filme selecionado carrega, em si, memórias vivas de corpos, territórios e tradições que resistem, se transformam e seguem pulsando. É uma celebração do movimento da própria vida em sua potência criativa e coletiva. Reunir essas obras é afirmar que a memória cultural é, acima de tudo, um ato de presença”, destaca Luísa Costa, sócia-diretora do Movimento Cidade.

Filmes selecionados para a Mostra Cinética

•  Alimento Diaspórico – Samir Pereira – BA – 2020

•  Babilônia – Victor Curi – RJ – 2022

•  Basquete das Excluídas – Rudolfo Auffinger – PR – 2025

•  Batalha de Flores – Luis Villaverde – SP – 2024

•  Cabeça de Cabaças – Keila-Sankofa – AM – 2024

•  Chama – Nathália Alves Moura – GO – 2024

•  Como Matar para Viver – Matheus Barreto de Souza – ES – 2025

•  Desesquecer – Mayara Ferrão – BA – 2025

•  Do Barroco ao Barraco – Jahi Amani – MG – 2024

•  João Bananeira – Gastação Infinita – Patrick Gomes e Hecthor Murilo – ES – 2025

•  Mov Kae – Toshiko Oiwa – SP – 2024

•  Pavilhão – Victoria Fiore – RJ – 2025

Continue Lendo

Vai Pocar